As primeiras imagens do Sol transmitidas por um satélite europeu permitiram ver explosões à superfície da estrela que nunca tinham sido observadas.

Segundo a Agência Espacial Europeia (ESA) e a NASA, as imagens do satélite Solar Orbiter, divulgadas nesta quinta-feira (16) mostram o que os cientistas chamam de “fogueiras”, pequenas explosões solares que podemos observar a partir da Terra, milhões ou milhares de milhões de vezes menores. As fotos foram captadas quando o Solar Orbiter estava a 77 milhões de quilômetros do Sol, a meio caminho entre a Terra e a estrela.

Essa é a imagem mais próxima do Sol já captada (Foto: Divulgação/Nasa)

“Essas imagens sem precedentes do Sol são as mais próximas que já obtivemos”, disse Holly Gilbert, cientista do projeto da NASA para a missão no Goddard Space Flight Center da NASA em Greenbelt, Maryland. “Essas imagens surpreendentes ajudarão os cientistas a reunir as camadas atmosféricas do Sol, o que é importante para entender como ele conduz o clima espacial perto da Terra e em todo o sistema solar”.

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Os cientistas ainda não sabem exatamente o que são as fogueiras, mas acreditam que poderiam ser “nanoflares” ou pequenas faíscas que ajudam a aquecer a atmosfera externa do sol.

“As fogueiras de que falamos aqui são os sobrinhos pequenos de explosões solares, pelo menos um milhão, talvez um bilhão de vezes menores”, disse David Berghmans, pesquisador principal do Imager Ultravioleta Extremo e astrofísico no Observatório Real da Bélgica em Bruxelas . “Ao olhar para as novas imagens EUI de alta resolução, elas estão literalmente em todos os lugares que olhamos.”

mosaico de imagens EUI, mostrando fogueiras
O Solar Orbiter vê ‘fogueiras’ no sol. Os locais das fogueiras são apontados com setas brancas – Créditos Solar Orbiter / EUI Team (ESA e NASA); CSL, IAS, MPs, PMOD / WRC, ROB, UCL / MSSL

A coroa solar é a camada mais externa do Sol, que se projeta milhões de quilómetros para o espaço a uma temperatura de um milhão de graus centígrados, enquanto à superfície da estrela a temperatura ronda os 5.500 graus. Os cientistas não sabem exatamente o que faz com que a coroa aqueça tanto.

O satélite Solar Orbiter, que foi lançado em a 10 de fevereiro, tem seis telescópios apontados ao sol e quatro instrumentos que fazem medições em torno da nave de fenômenos como o vento solar.

Quando acontecem explosões solares, são libertadas partículas de energia que fazem aumentar o vento solar projetado do sol para o espaço em volta de si, e que podem provocar tempestades magnéticas que afetam telecomunicações e redes de energia na Terra.

Nos próximos dois anos, o Solar Orbiter vai se aproximar até ficar a 42 milhões de quilômetros do Sol, quase um quarto da distância do Sol até à Terra.







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