Henrique Avancini anuncia aposentadoria: ‘me sinto forte por conseguir virar a página’

Por Redação

Henrique Avancini anuncia aposentadoria: 'me sinto forte por conseguir virar a página'
"Não é fácil parar a colheita", diz Avancini sobre decisão de largar as pistas. Foto: Bartek Wolinski/Red Bull Content Pool

Maior ciclista brasileiro da atualidade e campeão mundial de mountain bike, Henrique Avancini anunciou sua aposentadoria do ciclismo nesta terça-feira (22), aos 34 anos.

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Menos de um mês depois de conquistar o bicampeonato mundial de MTB Marathon (XCM) durante o Mundial UCI Glasgow 2023, na Escócia, o ciclista natural de Petrópolis lançou um documentário sobre as suas conquistas recentes, finalizando com o anúncio de que está deixando as pistas profissionalmente.

Em coletiva de imprensa, o atleta afirmou que a decisão foi feita há pouco tempo e sem a interferência de familiares e patrocinadores, já que não compartilhou a escolha com ninguém. “Peguei todo mundo de surpresa”, brincou. “Não foi uma decisão racional. Eu quis respeitar o que estava sentindo dentro de mim”.

A decisão de deixar de competir oficialmente ocorreu pouco antes do título mundial em Glasgow. “Se eu vencesse, seria suficiente para dizer o que eu tentei dizer a carreira inteira. Se eu buscasse muito mais além, seria mais para satisfazer meu ego do que compartilhar uma coisa que eu acredito ser genuína. Foi assim que eu competi: acreditando muito que seria campeão mundial e, se isso acontecesse, seria o final da carreira. Na Escócia, eu entreguei a melhor performance da minha vida inteira em todos os aspectos”, avalia.

Documentário

No documentário “O Meu Motivo”, disponível no YouTube, Avancini compartilha que a decisão da aposentadoria não foi fácil, mas que se sente “forte por conseguir virar a página”. O filme tem cerca de 40 minutos de duração e repassa a carreira do ciclista entre suas dores e alegrias. Com imagens de bastidores e convidados, o dicumentário revela os motivos que levaram o brasileiro a tomar a decisão de deixar as pistas em um dos seus principais momentos na carreira.

“Em 2020, terminei o ano como número 1 do mundo e, neste período, eu já estava sentindo algumas coisas mais pesadas. A temporada de 2021 começou a ficar ainda mais pesada até chegar o momento em que eu percebi que não estava fazendo as coisas com aquela mesma motivação que sempre tive. Parecia uma obrigação, mesmo eu sendo líder do ranking, correndo por uma grande equipe, feito meu nome, estabilizado na carreira e vencido eventos de Copa do Mundo. E isso não me trazia tanta motivação, não sentia o porquê de estar fazendo aquilo”, diz Henrique Avancini.

Na coletiva, o ciclista também lamenta que o mountain bike brasileiro tenha ficado tão atrelado ao seu nome. Segundo Avancini, não é justo que outros atletas sejam comparados a ele, contando que o cenário da modalidade no Brasil em que ele começou era muito diferente do atual. “O senso de comparação estava sendo eu contra eu mesmo”, afirmou. “Preciso que o esporte tenha um pouco menos da minha cara”.

Planos futuros

Apesar de deixar as competições, Avancini garante que deseja continuar contribuindo para o esporte, mantendo todos os seus projetos ativos em andamento. Isso vale para a equipe Caloi / Henrique Avancini Racing, que ele pretende ter mais tempo para se dedicar. “Talvez eu consiga ser mais produtivo e enérgico em prol do projeto”, diz o ciclista.

Além disso, o campeão mundial vai encerrar a temporada deste ano nas pistas e ainda deve participar de duas ou três etapas da Copa Mundial de MTB de 2023.

No âmbito pessoal, Avancini revela que deseja descobrir o seu melhor em outras esferas. “Eu tenho projetos. Pra vida, eu sou um cara novo, tenho muito pra fazer”, afirma.







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