O fogo no Pantanal que está destruindo a parte mato-grossense do ecossistema no último mês já atingiram mais de 45% do Parque Estadual Encontro das Águas, região que concentra a maior quantidade de onças-pintadas no mundo.
Localizado entre os municípios de Poconé e Barão de Melgaço, ao sul de Cuiabá, o parque de quase 109 mil hectares, criado em 2004, já teve aproximadamente 51 mil hectares atingidos pelas chamas.
A informação é do coordenador do Comitê Temporário Integrado Multiagências de Coordenação Operacional de MT (Ciman/MT), tenente-coronel bombeiro militar Dércio Santos da Silva.
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“O estado não mede esforços para conter os incêndios e esta área especificamente colocamos como prioridade, diante da grande extensão das áreas do Pantanal. Após as equipes reportarem os incêndios no local, sobrevoamos a região, e definimos um conjunto de estratégias para ações no local, e de otimização dos recursos”, afirma.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, a corporação tem reforçado desde a semana passada as ações para conter o avanço do fogo no Pantanal dentro do parque. A maior preocupação é o controle da queimada, para evitar que avance na região leste do parque, que é o refúgio das onças-pintadas.
No mês passado, a Fazenda São Francisco do Perigara, considerada o maior refúgio mundial da arara-azul, perdeu ao menos 70% dos seus cerca de 25 mil hectares, quase todos de vegetação nativa.
Desde 5 de agosto, o Ministério da Defesa estendeu a Operação Pantanal que se dedicava ao combate aos incêndios no Mato Grosso do Sul para o Mato Grosso. Cerca de 1,7 milhão de hectares devem ter sido destruídos, no Mato Grosso, por causa de incêndios florestais.
Moradores locais atingidos pelo fogo no Pantanal
De acordo com o Corpo de Bombeiros, nove pessoas foram resgatadas por conta dos incêndios que atingem o Pantanal. Duas mulheres e sete crianças estavam em uma casa de palha na região ribeirinha de Porto Jofre, em Poconé, cercada pelo fogo na segunda-feira (07.09).
A ação contou com o apoio de militares e brigadistas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), para o contra fogo, com o objetivo de evitar que o incêndio destrua as moradias.
“A família estava pressionada pelo fogo e pelo rio e não havia mais como sair pela propriedade. Fizeram um trabalho de queimar a vegetação próxima, proteger e encharcar as casas, e conseguiram preservar as moradias”, explica o tenente-coronel.