Em temporada de treinos na Serra do Cipó, em Minas Gerais, a ultramaratonista brasileira Fernanda Maciel se deparou com uma cena lamentável no Rio Cipó.

Segundo a atleta, um grupo de pessoas que se banhava no local começou a jogar latas de cerveja vazias no rio, deixando-as descer correnteza abaixo.

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Ao chamar a atenção deles, Fernanda relatou ter sido confrontada com agressões verbais.

“Um grupo estava vindo de uma área particular privada (sem autorização para entrada!) e, quando chamei a atenção deles por estarem jogando latas de cerveja vazias no rio, começaram a me questionar e a me afrontar com palavrões extremamente agressivos”, escreveu Fernanda em seu perfil no Instagram.

Veja a cena abaixo:

“As latas passavam ao lado deles, da turma toda e eles simplesmente ignoravam. Pedi, por favor, pela segunda vez, que olhassem as latas passando ao lado deles e as recolhessem. POR FAVOR. No entanto, eles se exaltaram ainda mais e começaram a jogar mais latas no rio. Daí resolvi filmar este último momento. E depois piorou”, comentou a corredora.

De acordo com a atleta, mais de 50 latas de cerveja vazias acabaram levadas pela correnteza do Rio Cipó, um local de grande importância ambiental para o Parque Nacional da Serra do Cipó.

“Um crime ambiental cometido diante dos meus olhos — e, ainda assim, fui ameaçada. Não pude sequer entrar no rio para tentar salvar o ambiente daquele lixo, pois estava longe e completamente amedrontada. Tive que fugir, temendo a violência física, já que a violência verbal do grupo, claramente drogado, era assustadora. Pessoas de baixíssimo nível, sem educação e criminosas, infelizmente”, disse Fernanda, que ainda citou a Lei nº 9.605/1998, conhecida como Lei de Crimes Ambientais.

A lei estabelece que o descarte de latas de cerveja ou qualquer outro tipo de lixo em rios é um crime ambiental no Brasil. Essa prática configura poluição e é proibida pelos artigos 54 e 70 da referida lei. Os infratores estão sujeitos a penalidades e podem ser denunciados por qualquer cidadão.

“Diante disso, acionei a polícia da Serra do Cipó imediatamente. É muito triste perceber que ainda existem milhões de pessoas no mundo que cometem crimes ambientais dessa natureza. Peço a cada amigo aqui que se comprometa a denunciar e conscientizar sobre esses crimes. Cuidar do meio ambiente, da fauna, da flora e da saúde humana é nosso dever e um direito de todos”, finalizou a brasileira.