Em desafio, Felipe Camargo vai escalar um Everest indoor

Everest indoor
Marcelo Maragni/Red Bull Content Pool

Qual o lugar mais alto do mundo? O Everest, certo? Imagine então o que é escalar os 8.840 metros que equivalem à montanha mais alta do mundo. Fazer um Everest indoor é o desafio ao qual o escalador Felipe Camargo se propôs, na próxima quinta (2). O objetivo é arrecadar cestas básicas para doar à comunidades carentes da cidade de São Paulo, por meio de uma live registrando a ação. 

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“Desde o início dessa pandemia eu queria fazer alguma coisa pra ajudar mas não sabia o que…até que um dia desses veio uma idéia louca na minha cabeça”, conta Felipe. O estalo foi ver que o Everest, como praticamente qualquer montanha desejada, esteve com o acesso fechado durante a pandemia. Ele vai escalar no ginásio Fábrica Escalada. “É uma ultra maratona de escalada, praticamente não tem treino para isso. Nunca escalei tanto volume de uma vez. Quando faço um treino longo, de resistência, faço 1.500 movimentos. O desafio vai dar uns 11.700 movimentos, é o volume de uma semana, mas de uma só vez”, explica o escalador. 

Pé no chão, acabou

A graduação é entre 5º e 6º grau, uma intensidade menor para ser possível mantê-la pelas 8 horas sem interrupção que ele estima que o desafio vai levar. Cada travessia completa tem 50 metros, que ele vai fazer subindo ou descendo, como um zigue-zague na parede. O próprio Felipe montou a travessia, incluindo um módulo em que consegue ficar de pé, para comer e beber água – e se precisar ir ao banheiro, é lá mesmo. “Vai ter buscar um balde e virar a câmera para outro lado”, brinca. Isso porque o desafio não tem pausa: colocou o pé no chão, acabou. 

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Ele já fez um teste, no último domingo. “Escalei 6 mil metros em 5 horas e 10 minutos. Foi bem difícil. Os 2 mil metros finais de quinta vão ser bem puxados”, diz. “Mentalmente é muito difícil, com certeza. Mas estou bem motivado pela causa, então as coisas vão acontecendo. No teste tive algumas câimbras, bíceps travando, problemas que estamos tentando compensar na alimentação e hidratação. E só na hora eu vou saber como vai ser. Os 2 mil metros finais vão ser um super desafio.”

Everest indoor: 8 horas de escalada sem parar 

Para dar uma ideia, um boulder – escalada mais curta de poucos metros de altura, em que uma eventual queda é amortecida pelo colchão – dura menos de um minuto. Uma via de esportiva, alguns minutos. Uma via tradicional, em que os parceiros se revezam e sobem a montanha, pode levar de algumas horas a alguns dias, mas tem várias pausas. 

Em 2016, ele escalou a Pedra Riscada com a escaladora americana Sasha Digiulian. A via tem 1.260 metros de altura. “Mas fizemos em 3 dias. Além disso, você não escala constantemente. Enquanto um está escalando, o outro dá segurança e descansa, nós dormimos à noite no porta-ledge. É outro tipo de escalada”, explica. 

A ação e escalada do Everest indoor vai ser divulgada no Instagram do próprio Felipe @felipe.camargo e as cestas básicas vão ser doadas para a ONG Make them smile. Ele vai ter acompanhamento no ginásio (respeitando as regras de distanciamento social) de uma equipe com nutricionista e fisioterapeuta, além do treinador da Seleção Brasileira de Escalada, Arthur Xitão. Felipinho também vai ter o incentivo de alguns convidados por meio de live, no próprio Insta. “A gente criou um site, que vai ter a opção de doar cestas básicas por lá. O objetivo é arrecadar mil cestas.”

 

 

 







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