Europa sofre com falta de unidade entre países sobre medidas anti-Covid

Medidas contra Covid, como passaporte sanitário, não são unânimes na Europa
The Eiffel Tower at Champ de Mars in Paris, France

A Europa sofre para chegar a uma unanimidade quando o assunto é o passaporte sanitário e as medidas de prevenção contra o avanço da Covid -19 no continente. Ao passo que muitos países da União Europeia estão endurecendo medidas a fim de conter novos casos, outros estão relaxando as regras cada vez mais, gerando preocupação.

+ Europa estuda reabrir fronteiras; América Latina está fora dos planos
+ Olimpíadas de Tóquio: fãs locais talvez precisem provar Covid negativo

Liderando os países que acreditam que não é o momento de relaxar, a França vive um movimento interno em prol das medidas de contenção: os jornais locais têm questionado as diferenças entre os estados-membros da União Europeia (UE) quando o assunto é a contenção da Covid-19.

Embora nenhum dos países tenha voltado a fechar suas fronteiras, a forma com que legislam e se comportam diante da propagação da variante Delta é diferente. Os jornais franceses afirmam que os países do norte do continente, por exemplo, têm sido mais exigentes.

Já nos países do sul, impulsionados pelo verão e ávidos para aproveitar as altas temperaturas depois de meses de confinamento e de restrições que prejudicaram a economia, a pressão é contrária.

No início de julho os 27 estados-membros da UE colocaram em prática o passaporte sanitário na Europa, um documento digital que indica se uma pessoa está totalmente vacinada contra a Covid há mais de 14 dias, se testou negativo nas últimas 72 horas por um teste PCR (ou 48 horas para os testes antigênicos) ou se contraiu a doença nos últimos seis meses – tendo, portanto, anticorpos.

Qualquer cidadão europeu que atenda a esses quesitos pode, em tese, viajar por todas as regiões do bloco sem restrições – mas mudanças podem acontecer, já que não tem havido consenso entre as regiões Norte e Sul. Essas discrepâncias têm tornado difícil gerenciar as fronteiras de maneira coordenada no continente, afirmou o Le Monde, maior jornal francês.

As diferenças começam no prazo exigido para os testes que detectam o coronavírus, que varia de um país para o outro. Por exemplo: a Holanda exige, para fugir da quarentena, um teste de menos de 48 horas. Na França, um teste de menos de 24 horas é exigido para os não vacinados que venham do Reino Unido, Portugal, Chipre, Grécia e Holanda.

De maneira geral, os países turísticos como Itália e Espanha são os menos exigentes e aceitam as normas tal como propostas pela UE, enquanto os países do norte europeu se preocupam com o retorno de seus cidadãos após as férias.

É o caso da Alemanha, que impôs quarentena de 10 dias aos cidadãos alemães que voltem do Mediterrâneo, ou seja, nesse caso, o teste apenas não basta. Além disso, a partir de 1° de agosto, todo viajante não vacinado que chegar à Alemanha vai ter que apresentar teste negativo, mesmo que tenha anticorpos após já ter contraído a covid-19.

Na França, é obrigatório apresentação o passaporte sanitário para locais de cultura e lazer, or exemplo, e em breve o documento também será exigido em bares, restaurantes e viagens longas de trem, avião ou ônibus.