As melhores estratégias para criar bons hábitos

Melhorar a qualidade do sono, adaptar-se a uma nova rotina alimentar, realizar os exercícios compensatórios no trabalho. Todos esses são assuntos que abordo diariamente nas empresas durante as minhas palestras e seminários.

Entender a relevância de criar bons hábitos é fácil, mas colocar tudo em prática é um grande desafio para a maioria das pessoas. Por que isso acontece?

Veja também

+ Um tijolo por dia: a vida saudável começa na infância

+ Como Fernanda Maciel bateu novos recordes no Monte Vinson

+ Through the Doggy Door: o lado triste do Havaí

Quando o cérebro aprende algo e identifica um padrão, ele começa a executar essas ações com menos esforço e julgamento. Por isso, temos a impressão de que essas ações são feitas inconscientemente.

Os hábitos são formados para que nosso cérebro não se sobrecarregue o tempo todo com atividades que ele sabe fazer, assim, ele pode dedicar seu maior esforço às decisões, aprendizados e problemas que surgem no dia a dia. Por isso, quanto mais repetimos esse padrão de comportamento e pensamento, mais enraizado o hábito estará em nossa mente.

Um estudo feito pela Universidade de Duke (EUA) revelou que os hábitos são responsáveis por aproximadamente 40% das nossas atitudes diárias.

Então, presume-se que se você não cria bons hábitos durante a vida, acaba perdendo quase metade de cada dia para a improdutividade ou deixando de lado aquilo que é realmente importante.

Já uma pesquisa publicada no Journal of Clinical Psychology indicou que cerca de 54% das pessoas que decidiram mudar algum hábito não conseguiram mantê-lo por mais de seis meses.

Qual o grande motivo desse resultado? Muitas vezes, visamos transformações grandiosas, que exigem muito esforço, ou então não planejamos para que as mudanças realmente aconteçam.

Mas será que existe um passo a passo para atingir esse objetivo? De acordo com Pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology), nossos hábitos funcionam com base em loops neurológicos, que são constituídos por três partes:

1. Deixa ou gatilho: é a motivação que atua como um despertador para a ação;
2. Rotina: é a ação praticada em série em busca de uma recompensa;
3. Recompensa: a gratificação que com o passar do tempo colabora para que o cérebro repita a ação esperando por determinado resultado.

Essa também é a conclusão do especialista em comportamentos e hábitos James Clear, autor do livro Hábitos Atômicos, em que o autor revela as estratégias práticas para criar bons hábitos, abandonar os maus e fazer pequenas mudanças de comportamento que levam a resultados impressionantes.

E quanto tempo leva para adquirir um novo hábito? Hoje vivemos na cultura do imediatismo, queremos tudo mastigadinho, resumos, assistimos vídeos curtos e só lemos as manchetes. Então antes de pensar em adquirir um novo hábito, é preciso refletir se você se enquadra nesse padrão de comportamento.

Alguns especialistas dizem que são necessários 21 dias para que um novo hábito seja estabelecido, já outros falam em 66 dias. A verdade é que esse tempo depende do tipo de hábito, do quão familiarizado você está ou não com aquela atividade, contexto e organismo.

Jemery Dean, autora do livro Por que fazemos o que fazemos, mostra em sua obra que leva-se em média 66 dias para que alguém adquira um novo hábito, ou seja, comece a fazer algo que antes não era costume de maneira automática. Esse número é uma média variável entre os indivíduos e, claro, dependendo do hábitos.

Por exemplo: tomar um copo de água depois do café da manhã demorou cerca de 20 dias para se transformar em hábito. Exercitar-se levou 84 dias para virar hábito para um dos participantes de um estudo.

Ou seja, percebemos nitidamente que mudar ou adquirir um hábito não é uma tarefa tão simples assim e exige esforço, paciência, persistência… É interessante tirar um tempo para refletir sobre isso e de que modo você costuma lidar com as mudanças em sua vida. Faz sentido para você?