Três escaladores – dois norte-americanos e um canadense – estão desaparecidos no Monte Cook, de 3.724 metros, a montanha mais alta da Nova Zelândia.
Os escaladores chegaram de helicóptero ao Plateau Hut no último sábado (30) e planejavam alcançar o pico no domingo (1º).
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Quando não compareceram ao transporte previamente combinado, as buscas começaram. Patrulhas encontraram roupas e equipamentos de escalada, mas nenhum sinal da equipe desaparecida.
Suspeita de queda
As buscas foram suspensas nesta terça-feira (3) devido ao mau tempo e só devem ser retomadas quando as condições melhorarem, provavelmente na quinta.
Segundo a agência de notícias AP, os norte-americanos desaparecidos são Kurt Blair, de 56 anos, do Colorado, e Carlos Romero, de 50 anos, da Califórnia. Ambos são guias de montanha certificados. O nome do canadense ainda não foi divulgado.
O Canal 1 News, da Nova Zelândia, citou um parente de um dos desaparecidos, que informou que as autoridades acreditam que os escaladores podem ter sofrido uma queda fatal.
Para especialistas
O Mt. Cook, localizado na Ilha Sul da Nova Zelândia, também é conhecido como Aoraki e exige uma escalada desafiadora, recomendada apenas para especialistas.
O pico é fortemente glaciado e apresenta enormes fendas, trechos íngremes, encostas propensas a avalanches e condições climáticas altamente variáveis.
A equipe provavelmente escalava pela rota padrão, que passa pelo Linda Glacier e a crista Zurbriggen. Eles evitaram a parte inferior da rota, que cruza a geleira Tasman e a crista Haast, voando diretamente até o Plateau Hut, ponto usual de partida para tentativas ao cume.
O longo dia de cume exige um início muito cedo para minimizar os riscos de avalanche. Os escaladores devem atravessar o fortemente crevassado Glacier Linda e seguir pela crista Zurbriggen até o cume, que inclui trechos de 50° em gelo, de acordo com o site SummitPost.
A viagem de ida e volta até o Plateau Hut geralmente leva de 15 a 20 horas.
Ainda segundo o SummitPost, a rota da geleira Linda é a mais popular por ser a menos técnica, mas também a mais perigosa da montanha.
“A rota é exposta em vários pontos a avalanches, queda de pedras e gelo provenientes das encostas superiores”, escreve a empresa Adventure Consultants, sediada na Nova Zelândia.
“A partir de dezembro, a rota pode se tornar fortemente crevassada, até se tornar intransitável. As fendas podem atrasar a progressão em áreas ameaçadas por avalanches de gelo e, do ponto de vista da segurança, tornam-se inviáveis para guias profissionais.”
Mais de 240 pessoas morreram no Aoraki/Monte Cook e no parque ao seu redor nos últimos 120 anos.
Clientes que desejam escalar o Mt. Cook precisam ter suas habilidades e nível de preparo físico avaliados por empresas locais. Além disso, os escaladores param a alguns metros do ponto mais alto do pico em respeito à comunidade Ngāi Tahu, do povo Maori, para quem Aoraki é um ancestral sagrado.