Família da escaladora Elnaz Rekabi tem casa destruída no Irã

Por Redação

Elnaz Rekabi competiu sem o véu no campeonato asiático na Coreia do Sul. Foto: Rhea Kang/ International Federation of Sport Climbing / CNN

A casa da família da escaladora iraniana Elnaz Rekabi – que competiu sem o hijab no campeonato asiático em outubro na Coreia do Sul – foi destruída na província de Zanjan, de acordo com informações do canal IranWire.

O site destacou um vídeo que foi compartilhado nas redes sociais e que supostamente traz imagens das medalhas de escalada de Rekabi entre as ruínas.

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A participação de Elnaz Rekabi no campeonato asiático de escalada, usando apenas uma bandana na cabeça, foi interpretada como um gesto de solidariedade com as manifestações desencadeadas no Irã pela morte da jovem curda iraniana Mahsa Amini.

Em duas ocasiões, Elnaz Rekabi chegou a pedir desculpas e explicou que seu lenço havia escorregado da cabeça por engano. Mas ativistas de direitos humanos disseram que as declarações teriam sido feitas sob pressão do governo iraniano.

Historicamente, muitos atletas e figuras políticas dissidentes do regime iraniano desertam para outros países para evitar punições. De acordo com o IranWire, Rekabi foi forçada a entregar um cheque de US$ 35 mil (cerca de R$ 184 mil) e outras garantias para a Federação de Montanhismo do Irã como garantia de que voltaria ao país.

O irmão de Elnaz, Davood Rekabi, que também é escalador acabou preso antes mesmo dela voltar ao Irã. Após seu retorno, os dois compareceram diante das câmeras do estado repetindo as declarações de desculpas.

Os protestos no Irã eclodiram em setembro, após a morte de Mahsa Amini, de 22 anos. Amini foi presa por violar o código de vestimenta islâmico e, três dias depois, morreu sob custódia.

A indignação pública explodiu, alimentando um protesto que virou uma revolução liderada, possivelmente pela primeira vez na história, por mulheres iranianas. O povo do Irã exige mudança de regime e liberdade para viver suas vidas com dignidade e democracia.

De acordo com a Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (HRANA), com sede nos Estados Unidos, mais de 400 manifestantes foram mortos desde o inícios dos protestos, dentre eles 58 menores de idade. Pelo menos 16.813 manifestantes também foram presos, incluindo 524 estudantes.







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