
O Comitê Executivo do Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou esta semana que planeja separar as disciplinas de lead e boulder nos Jogos Olímpicos de 2028, em Los Angeles. Em comparação com Paris 2024, as Olimpíadas de 2028 contarão com quase 12% a mais de atletas de escalada — 76, em vez de 68 — e oferecerão três medalhas adicionais para o esporte.
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A presença da escalada nas Olimpíadas evoluiu muito desde sua estreia em 2021. Nos Jogos de Tóquio, as três disciplinas — lead, boulder e velocidade — foram combinadas de maneira estranha em um único super evento, exigindo que os atletas competissem em todas as modalidades. O formato combinado representou um enorme desafio para escaladores especializados. Por exemplo, em Tóquio, Adam Ondra ficou em segundo lugar no lead, mas foi quarto na velocidade e sexto no boulder. Por um momento, parecia que Ondra levaria o ouro, mas, devido ao sistema de pontuação — que multiplicava os resultados das três provas —, Alberto Ginés López acabou vencendo ao ficar em primeiro na velocidade, sétimo no boulder e quarto no lead.
Em 2024, houve melhorias: o COI separou a modalidade de velocidade — extremamente especializada — mas manteve o lead e o boulder juntos. A comunidade da escalada — e também nossa equipe editorial — ainda sentia que nenhuma dessas disciplinas deveria ser agrupada.
Segundo a Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC), o Comitê Olímpico Internacional explicou que as cotas específicas de atletas para os Jogos de 2028 nas três provas serão “finalizadas no Sistema de Qualificação Olímpica”. Isso também esclarecerá se os atletas poderão competir em mais de um evento.
“Estou muito animada com a notícia de que as três disciplinas serão separadas nas Olimpíadas de 2028”, disse Natalia Grossman, que competiu no evento de lead/boulder em 2024. “Desde o início, a comunidade vem lutando por três conjuntos de medalhas — e agora finalmente conseguimos!”
Jesse Grupper, que também competiu no lead/boulder em 2024, compartilhou do mesmo sentimento. “Desde que a escalada virou uma modalidade olímpica, o evento sempre obrigou os atletas a se adaptarem às disciplinas decididas pelas Olimpíadas”, disse Grupper. “Agora começa uma nova era, em que são as disciplinas centrais da escalada que definem o que acontece nos Jogos — e não o contrário. Como atleta especializado em lead, estou nas nuvens por ter a chance de lutar por uma vaga para fazer o que amo no maior palco do mundo.”
Outra novidade empolgante para a escalada olímpica é a estreia da paraescalada nos Jogos de 2028. Um trabalho significativo já foi feito para estabelecer as classificações necessárias para a inclusão da escalada paralímpica em Los Angeles.
Além do anúncio sobre o novo formato da escalada, o COI também revelou, na quarta-feira, diversas outras mudanças para os Jogos de LA 2028. O objetivo declarado é promover maior igualdade de gênero. Por exemplo, o número de times femininos de futebol aumentou para 16, enquanto a cota de times masculinos foi reduzida para 12, invertendo o desequilíbrio anterior. O COI também anunciou uma nova categoria de peso para o boxe feminino e a inclusão de cinco novos esportes, entre eles o críquete, o flag football e o lacrosse.