O alpinista equatoriano-suíço estabeleceu um tempo extremamente rápido na montanha mais alta da América do Norte – superando o recorde anterior, estabelecido pelo rival Kilian Jornet em 2014, em um minuto

Por Gordy Megroz, da Outside USA

Na quinta-feira (20), o alpinista equatoriano-suíço Karl Egloff subiu e desceu de Denali – a 6.190 metros, a montanha mais alta da América do Norte – em 11 horas e 44 minutos. Ao fazer isso, Egloff quebrou o recorde de velocidade anterior, estabelecido em 2014 pelo alpinista espanhol Kilian Jornet, por apenas um minuto.

Ainda mais impressionante é o seguinte: Egloff, que deixou o campo de base às 7 da manhã, chegou ao Denali em sete horas e 40 minutos – duas horas e cinco minutos mais rápido do que o Jornet chegou cinco anos atrás. Além disso, Jornet esquiou em Denali, um modo de descida muito mais rápido do que o que Egloff usou para descer a montanha, que era uma combinação de botas de caminhada, raquetes de neve e tênis de corrida.

“Parecia que eu estava correndo sobre a água”, disse Egloff, 38 anos, quando o telefonei na sexta-feira. Ele tinha acabo sair do Parque Nacional Denali e estava descansando na cidade de Talkeetna, no Alasca. “Do Acampamento I ao Acampamento III [1.950 de escalada], usei grampos presos a tênis, mas ainda estava muito escorregadio.”

De lá, Egloff mudou para botas e vestiu uma jaqueta pesada para ajudar a protegê-lo dos ventos de quase 30 quilômetros por hora. Após chegar ao cume, ele olhou para o relógio e disse que ficou surpreso com seu tempo. “Eu estava pensando: ‘Eu tenho um enorme intervalo de tempo”, diz ele. “Era difícil acreditar que eu era mais de duas horas mais rápido que Kilian.”

Ainda assim, Egloff sabia que seria difícil bater o recorde. Ele estava com dor de cabeça e estava bem ciente de que sua descida sem esquiar seria mais lenta. “Mas quando voltei ao Acampamento III, soube que poderia fazer isso”, ele diz. “Comecei a me esforçar. Do Acampamento III em diante, eu estava observando o relógio mais do que a minha própria segurança. Eu bebi dois litros de água no caminho para cima, mas nada no caminho para baixo. Eu estava apenas indo. Cheguei ao campo de base, vi que estava um minuto mais rápido e levantei os meus braços. ”

Esta não é a primeira vez que o pouco conhecido Egloff derruba um dos recordes de Jornet. Em 2012, Jornet iniciou o projeto Summits of My Life, no qual ele tentaria estabelecer os tempos mais rápidos conhecidos no que ele chama de sete das “montanhas mais importantes do planeta”, que inclui Denali, o Aconcágua da Argentina, o Matterhorn famoso pico piramidal), o Monte Kilimanjaro, o Mont Blanc da França, o Monte Elbrus da Rússia e o Monte Everest. Ele foi bem sucedido durante todas as suas tentativas de recorde, exceto por sua subida no Elbrus e no Everest. No Elbrus, ele foi forçado desistir. No Everest, seu tempo foi mais demorado que o recorde estabelecido em 1996 pelo italiano Hans Kammerlander.

Mas em 2014, Egloff, que trabalha como guia de montanhas, decidiu tentar estabelecer recordes de velocidade em cada um dos sete cumes – o pico mais alto de cada continente. Naquele ano, ele superou o tempo de Jornet no Kilimanjaro. Sete meses depois, ele venceu o tempo de Jornet no Aconcágua. Em 2017, Egloff estabeleceu o recorde de velocidade na Elbrus.

Embora os fãs de Jornet tenham acusado Egloff de trapacear e “destruir o mundo de Kilian”, Egloff e Jornet são amigos. “Nosso esporte é um esporte de cavalheiros”, diz Egloff. “Ele é o maior corredor de montanhas do mundo e eu não estaria aqui se não fosse por ele. Killian levou este esporte para outro nível e ninguém saberia quem eu sou se não fosse por Kilian. Ele me motiva.”

Na sexta-feira, Jornet parabenizou seu amigo no Twitter.

O próximo passo de Egloff é o Puncak Jaya da Indonésia, o pico mais alto do continente australiano. Ele espera marcar isso no próximo ano. Depois disso, ele vai escalar o Monte Vinson na Antártida. E em dois ou três anos, ele tentará estabelecer o recorde de velocidade no Everest. “Preciso subir e descer em menos de 22 horas”, diz ele. “Eu espero que eu possa fazer isso.”