Quando você termina um treino intenso, sabe que você queimou um número significativo de calorias. Mas o que você pode não perceber é que seu corpo continua a queimar calorias mesmo não está mais correndo. Esse processo é chamado de excesso de consumo de oxigênio pós-exercício (efeito EPOC).
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Conversamos com dois especialistas certificados em força e condicionamento para saber o que é o EPOC e o que isso significa para os corredores.
O que é o EPOC?
O EPOC é simplesmente a maneira como o corpo relaxa após o exercício. Nossos corpos usam oxigênio para produzir energia enquanto nos exercitamos, e exercícios que usam mais oxigênio – tudo que é de alta intensidade, como um treino intervalado – queima mais calorias.
Após o exercício, seu corpo precisa reequilibrar seus hormônios, reabastecer seus estoques de combustível e reparar células e tecidos musculares danificados para ajudá-lo a retornar ao seu estado normal, segundo Janet Hamilton, proprietária da Running Strong, nos Estados Unidade. Para isso, você gasta energia. Como resultado, seu corpo continua a queimar calorias mesmo depois que seu treino é concluído.
Quer ver ficar mais fácil? Pense no seu corpo como se fosse um carro. “Se você fizer uma longa viagem e desligar seu carro, seu carro não ficará frio automaticamente”, explica o personal trainer Pete McCall. “Ele ainda ficará quente no período de uma a cinco horas depois.”
Como isso afeta os corredores?
Quanto mais intenso for o seu treino, mais EPOC você terá. Isso porque, para que o EPOC ocorra, seus músculos precisam trabalhar até um ponto de fadiga. Então, se você está fazendo um trabalho de velocidade ou treinamento de força, teoricamente, você deve esgotar a energia dos músculos ao final da sessão, de acordo com McCall.
Dito isto, a quantidade de calorias que uma pessoa média vai queimar com EPOC não é tanto quanto você imagina.
“Se você fizer um exercício moderado a intenso, terá um efeito EPOC de duas a dez horas. Mas não é significativo – pode estar em qualquer lugar entre 150 e 200 calorias durante esse período, o que é apenas cerca de 20 calorias por hora, no máximo”, diz McCall. De fato, de acordo com pesquisa publicada na Applied Physiology Nutrition and Metabolism, ciclistas e corredores que participaram do treinamento intervalado de velocidade queimaram entre 45 a 65 calorias nas primeiras duas horas após o treinamento.
O efeito EPOC de uma corrida mais longa e lenta não é tão grande porque você nunca esgota a energia dos músculos durante todo o percurso.
Conclusão
Como um corredor, é definitivamente uma boa ideia incorporar sessões de treino de alta intensidade à sua rotina. Incluir um treino de força, por exemplo, não só permitirá que o efeito EPOC ocorra, como também poderá ajudar a aumentar sua resistência, força e velocidade na corrida.
Embora você não vá queimar uma quantidade enorme de calorias após o treino, já é alguma coisa. Apenas tenha em mente que não é o suficiente para compensar aquele frappuccino de 500 calorias que você está querendo tomar depois do treino.
“No entanto, como ainda há queima extra de calorias, você também não quer se arriscar a comer menos do que deveria”, alerta Hamilton. Você precisa consumir o suficiente para compensar o número de calorias queimadas durante e depois do treino.
“Se você já está dando ao seu corpo a menor quantidade de combustível possível, o reparo e a regeneração do tecido muscular [após um treino intenso] provavelmente será prejudicado, e é aí que você se depara com lesões” ela diz.
McCall concorda. Sua sugestão é escalonar os treinos, assim , se você fizer um dia de alta intensidade, você deve fazer algo com intensidade menor no dia seguinte. Isso porque, depois de um treino de alta intensidade, seus músculos podem não ter se recuperado 100%. Lembre-se, você não quer que eles trabalhem tanto quanto antes, mas que o seu corpo seja capaz de se sustentar daqui para frente.