As buscas pelo brasileiro Edson Vandeira e pelos peruanos Hommer Alonzo e Jesús Picón Huerta seguem em andamento, de acordo com informações da Associação de Guias de Montanha do Peru (AGMP), que está coordenando o resgate.
Beto Pinto Toledo, presidente da AGMP, informou que quatro grupos foram mobilizados para as buscas até agora. Os três montanhistas estão desaparecidos desde o dia 29 de maio na montanha de 6.025 metros localizada na região de Áncash, nos Andes peruanos.
Em depoimento à rede peruana RPP no último domingo (8), Toledo afirmou que o primeiro grupo conseguiu localizar a barraca onde os montanhistas permaneceram antes do desaparecimento. Em seguida, um segundo e um terceiro grupo chegaram aos chamados “pontos críticos” do Artesonraju, utilizando drones e outros equipamentos de busca como suporte.
Toledo também destacou que os três montanhistas desaparecidos tinham experiência em escaladas nesses nevados e possuíam credenciamento da União Internacional de Guias de Montanha.
“Jesús é um cara muito forte em escalada em rocha — para quem entende dos níveis, ele escalava quase um 8C. Pretel já havia estado no Chacraraju e também no Ocshapalca, que são muito mais difíceis. E o Edson Vandeira fez parte da equipe de filmagem do History Channel, que produziu um grande vídeo promocional sobre toda a Cordilheira dos Andes — até no Huascarán, no Alpamayo, no Chopicalqui, em Coropuna e por aí vai. Um montanhista com muito, muito profissionalismo”, ressaltou.
Sobre as primeiras hipóteses do desaparecimento, o presidente da AGMP não descartou a possibilidade de os três terem sido vítimas de um desmoronamento enquanto escalavam em direção ao cume do nevado, pois os grupos de resgate encontraram indícios dessa possibilidade.
Ele explicou que o registro de imagens durante as operações permitiu identificar sinais de que pode ter ocorrido o desprendimento de um grande bloco de gelo — conhecido como serac — causado pelo peso dos montanhistas ao alcançarem determinado ponto.
Segundo o fotógrafo e montanhista Gabriel Tarso, que acompanha de perto a operação, uma nova equipe pode ser enviada para explorar a alternativa, de que eles tenham desaparecido durante a subida ao cume, e não na descida, o que demanda uma mudança de rota nos esforços de resgate. “As buscas seguem, com muitos voluntários e familiares presentes”, disse Tarso.
Uma vaquinha virtual foi criada com objetivo de cobrir custos com transporte, alimentação, equipamentos, helicóptero e o deslocamento de familiares no Peru.
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