Após gelo desabar em ‘engarrafamento’, dois montanhistas são dados como mortos no Everest

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Dois montanhistas foram dados como mortos e vários outros têm sorte de estarem vivos após um terrível desastre próximo ao cume do Monte Everest.

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O acidente ocorreu na terça-feira (21) às 7h, perto da seção da rota anteriormente chamada de Hillary Step, uma crista íngreme e estreita de rocha e gelo localizada a 8.790 metros, a menos de 100 metros do topo. Guias disseram à Outside USA que um grande engarrafamento se formou quando os montanhistas que retornavam do cume encontraram uma fila de outros que se dirigiam ao ponto mais alto da montanha. Enquanto os grupos navegavam pelo gargalo, a saliência de gelo onde estavam parados se soltou e desabou pelo lado norte da montanha.

Testemunhas contaram aos oficiais do Campo Base que seis montanhistas caíram na face íngreme Kangshung da montanha, que se eleva sobre o Tibete. Quatro foram salvos por uma corda.

“Três ou quatro pessoas ficaram penduradas na corda de segurança e nossa equipe ajudou a trazê-las de volta para um local seguro”, disse Nga Tenji Sherpa, da Summit Force Expeditions. “Eles não sabiam na hora, mas duas pessoas desapareceram.”

Nga Tenji não estava no pico, mas a cena foi relatada a ele por guias e sherpas que trabalham para sua empresa. Ele disse que os alpinistas que estavam presos nas cordas de segurança ficaram pendurados cerca de 10 metros abaixo da rota na encosta exposta. Guias da Summit Force Expeditions e de outras empresas trabalharam juntos para puxá-los para um local seguro. Depois que esses montanhistas foram salvos, os guias perceberam que dois alpinistas haviam caído pela montanha. Não se sabe se eles estavam conectados à corda.

“Havia muitas outras pessoas e sherpas escaladores que ajudaram”, disse ele. “Mas no acidente, houve definitivamente duas mortes — eles estavam voltando do cume.”

Na quarta-feira (22), o Himalayan Times informou que os homens desaparecidos são Daniel Paul Peterson, 40, do Reino Unido, e Pas Tenji Sherpa, 23, do Nepal. Eles estavam escalando com a empresa de guias 8K Expeditions, e ambos alcançaram o cume do Monte Everest por volta das 4h40 da terça-feira, confirmaram autoridades nepalesas.

Após o desastre, seis guias foram enviados pela 8K Expeditions para buscar os alpinistas desaparecidos. “Além disso, todos os outros membros da equipe de expedição são solicitados a ajudar na operação de busca e resgate”, disse o departamento de turismo do Nepal em um comunicado.

Na quarta-feira, um representante da 8K Expeditions disse à Outside USA que a busca não teve sucesso.

As chances de sobrevivência dos dois alpinistas desaparecidos são mínimas, disseram autoridades à Outside USA. A face Kangshung no lado norte do Everest despenca 3.353 metros pés verticais até um glaciar. As autoridades ainda não declararam os dois homens como mortos — suas mortes representariam a quarta e a quinta no pico este ano. Na semana passada, dois montanhistas mongóis morreram a 8.300 metros após descerem do topo. Na segunda-feira, 20 de maio, um alpinista romeno chamado Gabriel Tabara foi encontrado morto em sua barraca no Campo III.

O desastre ocorreu em meio a um período movimentado no pico mais alto do mundo, quando centenas de montanhistas e guias subiram do Nepal e fizeram suas investidas pelo cume. As autoridades ainda não confirmaram o número de alpinistas que alcançaram o cume durante o período de dois dias, começando no domingo, 20 de maio. O ExplorersWeb estima que entre 150 e 200 pessoas chegaram ao topo. Em 19 de maio, o Himalayan Times relatou que 100 pessoas alcançaram o topo naquele dia. De 19 a 22 de maio, várias operadoras de expedição postaram atualizações online sobre suas respectivas equipes.

“Taxa de sucesso de 100% para todas as nossas equipes do lado sul do Everest”, escreveu a Furtenbach Adventures. A 8K Expeditions listou 17 clientes e 21 sherpas que chegaram ao topo em um post no Instagram. A empresa nepalesa 14 Peaks Expeditions nomeou 17 alpinistas e guias que alcançaram o topo. A Climbing The Seven Summits listou 14 clientes e guias que faziam parte da terceira leva da empresa a atingir o cume.

“59 cumes do Everest no total para a CTSS nesta temporada — woohoo!” escreveu a empresa no Instagram.

O desastre novamente levanta questões sobre o potencial de superlotação no pico mais alto do mundo e os perigos que surgem dos engarrafamentos ao longo da rota. O Hillary Step e a crista do cume são frequentemente locais de engarrafamentos durante períodos movimentados na montanha. Em 2019, uma foto dramática de um engarrafamento ao longo desta seção da rota circulou online.

Ben Ayers e Tulsi Rauniyar contribuíram para esta matéria.

Esta é uma história em desenvolvimento.