Essa é a terceira vez consecutiva que o desmatamento na região da Amazônia bate o recorde em dez anos. Em comparação a 2020, a área desmatada é 70% maior. Quem monitora a região da Amazônia Legal é o Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), desenvolvido pelo Imazon e que utiliza imagens de satélites.
Antônio Fonseca, pesquisador do Imazon, disse a O Globo que esse ritmo de aumento do desmatamento é preocupante principalmente devido ao período em que ocorre:
“Isso é bastante significativo, principalmente porque está ocorrendo no período chuvoso na região amazônica, que, historicamente, tem tendência de ter áreas desmatadas bem menores comparando com o verão amazônico. No período chuvoso, o acesso à floresta é mais difícil”, explica Fonseca.
O levantamento aponta, ainda, que Pará e Amazonas foram, respectivamente, os estados que mais desmataram. Juntos, eles somaram 688 km² de desmatamento em maio, o que corresponde a 60% do total detectado na região amazônica. A área equivale ao tamanho da cidade de Salvador.
O terceiro estado que mais desmatou em maio foi o Mato Grosso (20%), seguido de Rondônia (12%), Acre (4%), Maranhão (3%) e Roraima (1%).
O calendário do desmatamento considera o período entre agosto de 2020 e agosto de 2021, mas o aumento com relação ao período anterior já é muito superior, de acordo com Fonseca.
“Quando olhamos o acumulado nesse período de dez meses (julho a maio), o desmatamento já é superior em 14% em relação aos 12 meses do calendário anterior, e ainda faltam junho e julho para fechar o ciclo, meses que são críticos”, diz.