Por Mario Mele
Como apresentadora do programa Planeta Extremo, exibido pela Rede Globo, a jornalista carioca Carol Barcellos já correu maratonas no deserto e na neve, mergulhou em cavernas e escalou árvores de 100 metros de altura (veja algumas fotos de suas aventuras na galeria acima). Há pouco mais de um ano, ela recebeu o convite de uma editora para contar essas experiências em um livro, e claro que aceitou. Em Quebrando os Limites: como superar desafios na vida, que acaba de chegar às livrarias, Carol conta como fez para vencer o medo em situações tensas, principalmente para alguém que não é um aventureiro por profissão. “Não quis que o livro ficasse com cara de autoajuda. Quem sou eu para mostrar o caminho a alguém?”, diz.
GO OUTSIDE: Como foi o processo de escrita?
CAROL BARCELLOS: Aos poucos. Eu sentava para escrever às 11 horas da noite, depois que minha filha dormia. Às vezes, acordava às cinco da manhã para escrever um pouco antes de ir treinar. Demorei um ano para terminar, já que era impossível me dedicar somente ao livro. Sem contar que foi no período pré-olímpico, e eu estava bem envolvida com a cobertura dos Jogos para a Globo.
Parece impossível dizer que seu livro não tenha também uma pegada motivacional…
Sim, mas tive o cuidado de não querer mostrar um caminho, não tenho a pretensão de saber o que é bom ou ruim para ninguém. Eu descrevo minhas experiências, de como enfrentei o medo e sobre como a determinação é importante em qualquer desafio. Também tento deixar claro que estou falando dos meus limites, e não do limite de outra pessoa ou do ser humano.
Você já completou algumas maratonas. Qual é a sua relação com esse esporte?
Corri a minha primeira maratona em 2010, antes de minha filha nascer. Para mim, esse esporte é uma terapia, que ajuda mais a cabeça que o corpo. Corridas de longa distância têm elementos com os quais a gente lida na vida, em nosso dia a dia: ser paciente, ter vontade de abandonar tudo, mas resistir e seguir em frente.
Qual foi a situação mais desafiadora em que já esteve?
Foi durante um mergulho em caverna na China. Eu tinha treinado mais de dois anos para aquilo, tirando uma carteira de cada vez – de mergulho técnico, mergulho profundo… Depois de meia hora submersa, percebi que tinha ido longe demais. Era uma água fria, com pouquíssima visibilidade. Mas como eu não lido bem com a desistência preferi continuar. Não cheguei a ter claustrofobia, mas achava que nosso guia conhecia melhor a caverna. Na verdade, era para ter sido mais tranquilo do que foi.
Quebrando os Limites – como superar desafios na vida, R$ 30, 160 páginas | planetadelivros.com.br
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