Uma criança de sete anos teve feridas após ser ser atingida por agrotóxicos lançados de um avião no município de Buriti, Maranhão, no dia 22 de abril.
André entrou em contato com as substâncias no terceiro dia em que uma aeronave agrícola sobrevoou a comunidade rural do Araçá. Após passar uma noite com coceiras fortes, o menino acordou com manchas vermelhas que viraram feridas. Alguns do machucados ficaram em carne viva, na cabeça, mãos, pernas e pés da criança.
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O presidente da associação de moradores da região, Edimilson Silva de Lima, contou à Repórter Brasil que pelo menos oito dos 80 moradores a comunidade tiveram sintomas de intoxicação como coceiras, febre e manchas pelo corpo. Mas é possível que mais gente tenha se intoxicado.
Os moradores de Araçá suspeitam que o avião que lançou os agrotóxicos foi contratado pelo produtor de soja Gabriel Introvini, que tem histórico de conflitos com comunidades da região. Diogo Cabral, advogado da Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, contou também à Repórter Brasil que o avião vinha de uma terra alugada pelo produtor.
Gabriel e seu filho, André Introvini, são apontados por investigação da polícia e denúncias de comunidades como responsáveis por desmatamento ilegal do Cerrado, roubo de terras e tentativas de expulsar os moradores.
O conflito da família Introvini já dura cerca de quatro anos, apesar de as comunidades estarem na região antes da chegada das plantações de soja. Já aconteceram outros episódios envolvendo agrotóxicos, além do caso do avião.
“Já temos um conflito agrário e, agora, eles jogaram veneno em cima das casas. É uma guerra química contra essas famílias”, disse Diogo Cabral.