Cresce a procura de turistas por uma experiência em mansões luxuosas

Cresce a procura de turistas por uma experiência em mansões luxuosas
EXCLUSIVIDADE A empresária Édina Brito trabalha com hospedagem de luxo há mais de dez anos: antecipação de necessidades (Crédito: Divulgação)

Enquanto nos melhores hotéis do mundo é preciso dividir espaços com outros hóspedes, quem aluga uma mansão de maneira personalizada tem um lugar só seu sem perder as amenidades comuns às grandes redes hoteleiras: transporte do aeroporto até o local da estadia, chefs à disposição, cabeleireiros, massagistas e até a resolução de tarefas mais complexas, como intermediar o aluguel de aeronaves, embarcações e veículos esportivos. Além da curadoria do imóvel, muitas vezes escolhidos com base na personalidade do cliente, essa prestação de serviços exclusivos através de um intermediador é a principal diferença entre as plataformas de aluguel de luxo e aplicativos como o Airbnb, onde o hóspede, apesar de conseguir alugar imóveis valiosos, recebe apenas as chaves do local.

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Com o serviço em alta entre os endinheirados, quem deseja alugar uma mansão de destaque para o final do ano ou durante o Rock in Rio, no Rio de Janeiro, essa é a época em que irá encontrar os melhores valores disponíveis, é o que explica a proprietária da empresa Luxo Brasil, Édina Brito. “As casas com as melhores vistas e experiências podem chegar a custar R$ 50 mil por dia durante a alta temporada”, diz. Ela, que também aluga a própria residência, conta que apesar de o verão brasileiro ser o período de maior movimento, há procura durante todo o ano, já que o atual período de férias na Europa acaba trazendo estrangeiros e também os jogadores brasileiros que atuam por lá e que constituem grande parte de sua clientela.

Com a forte presença das redes sociais no cotidiano das pessoas, há também quem alugue mansões e apartamentos ricamente decorados apenas para produzir conteúdo e, assim, ostentar uma vida glamurosa aos seus seguidores. “Tenho clientes celebridades que nem possuem casa própria, mas investem nesse tipo de aluguel”, explica o corretor Netinho Alves, conhecido dos famosos por facilitar diversos serviços aos seus clientes. Festas de aniversário, celebrações em família e feriados como o Natal e o Réveillon atraem até pessoas comuns para essa modalidade de turismo. Os preços podem variar de R$ 3 mil a R$ 100 mil a diária, como no caso de se alugar uma ilha inteira no Caribe como destino de férias.

A empresa Latin Exclusive, além de possuir destinos em diversos locais do Brasil, também atua no exterior, com destaque para a Grécia, Portugal e Panamá. Em alguns casos, é possível ainda conseguir um apartamento especial diretamente com o proprietário, como é o caso do empresário Ricardo Flores que, enquanto não vende seu duplex de alto padrão em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, aproveita para alugar o espaço, amplamente decorado e avaliado em R$ 8,5 milhões. “Pelo que conheço da região, não existe nada parecido com o meu imóvel para o aluguel de temporada. De frente para o mar, com mercado 24 horas, piscina privativa, SPA e atendimento na praia”, diz.

A biomédica Aline Medici, de 32 anos, faz pelo menos três viagens anuais para o exterior com o marido e os dois filhos. “Prefiro ficar em casa, pois temos privacidade. Gosto bastante de cozinhar e aproveitar a família”, diz. Entre seus destinos recentes estão Dubai, nos Emirados Árabes, onde dispensou o hotel, e em Houston, nos EUA, onde passou um mês para vivenciar o país, o idioma e a cultura norte-americana. “Alugamos uma casa daquelas que vemos em filmes, com jardim e bandeira hasteada na entrada”, conta. Optar por residências em vez de hotéis cinco estrelas é uma tendência que também tem atingido a classe média, e não apenas os milionários. Segundo a pesquisa Global Vacation Rental Market Analysis 2022-2030, publicada no site Research and Markets, os viajantes, principalmente por causa da mudança de comportamento trazida pela pandemia, devem ficar cada vez mais inclinados a escolher esse modelo de hospedagem. A previsão do relatório é que esse mercado fature US$ 119 bilhões até o final da década.