Covid na Amazônia: Fumaça de incêndios na floresta piora o quadro de infectados

Por Redação

Covid na Amazônia: Fumaça de incêndios na floresta piora o quadro de infectados
Imagem: Henrique Malaguti/Unsplash

A fumaça dos incêndios na Amazônia pode levar a uma vulnerabilidade maior aos efeitos mais sérios da Covid-19 e dificultar a recuperação de infectados na região, segundo pesquisadores.

O líder local Asterio Martins Tomas, de 60 anos, disse à Reuters que à medida que a “temporada de incêndios” de 2021 se aproxima, ele teme que desta vez o tradicional chá com ervas medicinais locais que acalma os pulmões da população não seja suficiente. Isso porque eles ainda sofrem com os efeitos da Covid-19.

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“Eu ainda me sinto cansado, e meu peito dói. Quando eu respiro, ele dói”, disse Asterio, infectado com o coronavírus em março e brevemente hospitalizado. Ele fala que quando a fumaça das queimadas chegar, a situação ficará ainda mais difícil. “Afeta nossos pulmões, nossa saúde, e não há escapatória porque há fumaça em todo lugar”.

Em longo prazo, a fumaça pode levar a uma vulnerabilidade maior aos efeitos mais sérios do coronavírus, segundo pesquisadores.

A taxa de mortes por Covid-19 entre a população indígena na Amazônia já é quase 250% maior do que na população geral, segundo o estudo de junho do Ipam, o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.

O relatório do Instituto ainda recomenda que autoridades sanitárias locais “planejem com antecedência para a volta de doenças induzidas por fumaça, enquanto serviços de saúde continuam a enfrentar a pandemia de Covid-19”.

No entanto, o presidente da união de médicos do Estado do Amazonas Mario Vianna disse que não há planejamento em andamento. “Uma queda de qualidade do ar na região norte durante uma pandemia de uma doença respiratória é uma combinação explosiva”, disse. “Eu ainda não vi protocolos ou orientações para nos prepararmos para esta possibilidade.”