A descoberta de casos de covid no acampamento base do Everest tem preocupado montanhistas pelo risco de cancelar a temporada de escalada do ponto mais alto do mundo, e que ela mesma possa se tornar um foco de infecção.
O primeiro caso entre montanhistas no Everest foi reportado pela Go Outside americana, na última terça (20), que afirmava que um alpinista, que há dias se tratava de mal de atitude, testou positivo para Covid e foi evacuado para um hospital em Katmandu.
Mais tarde, o jornal norueguês Sor-Trondelag revelou que se tratava do norueguês Erlend Ness, que foi diagnosticado com o coronavírus e um edema pulmonar. Ele ainda está em observação, mas passa bem.
Um sherpa da expedição também teria sido infectado. Segundo o jornal The New York Times, vários montanhistas foram levados de helicóptero para hospitais na região e testaram positivo, mas o governo nepalês se recusa a dar mais informações.
O caso preocupa autoridades locais e agências de expedições. É comum que alpinistas sofram de tosse, febre e falta de ar em incursões em alta montanha, os mesmos indícios da Covid.
A confusão de sintomas pode levar a uma demora na detecção de casos e fazer com que o surto se espalhe pelo acampamento e até seja levado a vilarejos vizinhos na volta das expedições para casa. Isso tornaria a montanha mais alta do mundo um “covidário”, como vêm chamando os epidemiologistas.
A temporada de cume no Everest é muito importante para a economia do Nepal, um dos países mais pobres do mundo. Em 2019, o país faturou US$ 4,5 milhões com permissões de subida.
O turismo nas montanhas também é uma grande fonte de empregos no Himalaia para guias, cozinheiros e transportadores de carga.