Correr pode curar a depressão tanto quanto os antidepressivos, diz estudo

Por Redação

correr depressão
Foto: Shutterstock.

 

  • Pesquisadores em Amsterdã, na Holanda, conduziram um estudo para verificar se a corrida poderia ser tão útil quanto os antidepressivos no tratamento de sintomas como depressão e ansiedade.
  • Os pesquisadores descobriram que ambos os grupos experimentaram melhorias semelhantes em seus sintomas de depressão.
  • No entanto, o grupo de terapia da corrida também apresentou melhorias na saúde física, enquanto os participantes que tomaram antidepressivos experimentaram uma condição física ligeiramente pior.

Muitas pessoas enfrentam a depressão, e às vezes ela é situacional ou leve, o que pode não exigir tratamento. No entanto, outras pessoas enfrentam a depressão em um grau muito mais severo.

No caso de pessoas com depressão clínica, tratamentos que incluem terapia psicológica e/ou medicamentos específicos podem ser apropriados.

De acordo com dados da OMS, cerca de 11 milhões de pessoas no Brasil sofrem de depressão. Em todo o mundo, estima-se que mais de 300 milhões de pessoas, de todas as idades, sofram com esse transtorno.

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Dado o grande número de pessoas afetadas pela depressão, os pesquisadores em Amsterdã resolveram questionar se a terapia da corrida poderia ser tão benéfica quanto o uso de um antidepressivo.

Para isso, eles recrutaram mais de 100 pessoas para participar de um estudo que comparou os efeitos da corrida e dos antidepressivos na melhoria dos sintomas de depressão e ansiedade.

Cada grupo seguiu regimes de 16 semanas, participando de terapia de corrida ou tomando um antidepressivo. Após 16 semanas, os pesquisadores constataram que ambos os grupos tiveram melhorias semelhantes no sintomas.

Essas descobertas foram apresentadas no Congresso da ECNP (Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia) em Barcelona, Espanha, e foram publicadas no Journal of Affective Disorders.

Pessoas com depressão escolheram correr em vez de tomar antidepressivos

Os pesquisadores recrutaram 141 participantes com depressão ou transtorno de ansiedade. Eles deram aos participantes a opção de tomar um antidepressivo ou participar de um grupo de corrida duas a três vezes por semana.

Os participantes concordaram em fornecer amostras de sangue, passar por uma avaliação psiquiátrica e realizar autoavaliações para avaliar seus estados mentais. A idade média dos participantes foi de 38,2 anos, e 58,2% do grupo eram mulheres.

A maioria dos participantes escolheu a corrida, e se um participante não tivesse preferência, os pesquisadores os designavam para um grupo. No geral, o grupo de terapia de corrida teve 96 participantes, e o grupo de antidepressivos teve 45 participantes.

Os participantes do grupo de corrida tiveram que participar de duas ou três sessões de corrida com duração de 45 minutos cada semana. Os pesquisadores esperavam que eles completassem pelo menos 70% das sessões, e os participantes usavam monitores de frequência cardíaca durante as corridas para que os pesquisadores pudessem acompanhar seu nível de participação e outros dados.

Os pesquisadores prescreveram escitalopram (Lexapro) para o grupo de antidepressivos, mas, se não fosse eficaz ou os participantes não o tolerassem bem, eles mudavam para sertralina (Zoloft).

Aumentando a endorfina com atividade física

A depressão e a ansiedade são problemas comuns de saúde mental no Brasil. Além do impacto desses problemas no bem-estar mental de alguém, eles podem afetar a saúde física.

De acordo com a publicação Medical News Today, alguns dos problemas de saúde física relacionados à depressão incluem:

  • Dor crônica nas articulações
  • Distúrbios do sono
  • Problemas gastrointestinais
  • Mudanças na atividade psicomotora
  • Além disso, ao longo do tempo, a depressão crônica pode levar a doenças cardíacas devido aos níveis mais altos de cortisol.

Embora a maioria dos participantes tenha optado pela terapia de corrida, a adesão a este plano de tratamento foi menor em geral.

Dos participantes, 82,2% das pessoas no grupo de antidepressivos aderiram ao protocolo de medicação, enquanto apenas 52,1% das pessoas no grupo de terapia de corrida completaram as sessões mínimas de exercício exigidas.

Independentemente do plano de tratamento escolhido, ambos os grupos apresentaram melhorias na saúde mental em geral.

Ao comparar os sintomas de depressão dos participantes no início do estudo com o final, 43,3% do grupo de terapia de corrida viram sua depressão entrar em remissão, e 44,8% do grupo de antidepressivos experimentaram remissão.

Os participantes do grupo de antidepressivos viram melhorias em seus sintomas de ansiedade mais rapidamente do que as pessoas no grupo de corrida, mas o resultado ao final do estudo de 16 semanas foi quase o mesmo.

Enquanto ambos os planos de tratamento eram quase idênticos em termos de melhoria da depressão, o grupo de terapia de corrida apresentou melhorias na saúde física que o grupo de antidepressivos não experimentou.

Os participantes do grupo de corrida perderam peso, melhoraram a função pulmonar, reduziram a pressão arterial e reduziram a frequência cardíaca. O grupo de antidepressivos ganhou peso e teve aumento da pressão arterial.

“Este estudo mostrou a importância do exercício na população deprimida e ansiosa e é um alerta para o uso de antidepressivos em pacientes fisicamente não saudáveis”, escreveram os autores da pesquisa.

Com informações de Medical News Today.







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