Corre, pedala ou nada? O Rocky Mountain Games em Juquitiba é a prova ideal para você

Rocky Mountain Games conta com trilhas especialmente desenhadas para as bikes. Divulgação / RMG.

No dia 14 de junho, a segunda etapa do Rocky Mountain Games 2025 chega ao Fazendão de Juquitiba (SP), um dos cenários mais impressionantes para provas de aventura no Brasil. A menos de duas horas da capital paulista, o local é um verdadeiro refúgio de Mata Atlântica, oferecendo trilhas técnicas, paisagens únicas e um contato direto com a natureza.

E é nesse ambiente que atletas de diferentes tribos vão se desafiar nas modalidades Trail Run (6 km, 12 km, 21 km), MTB (25 km e 50 km), Gravel (40 km), Trekking Experience (6 km), Canicross (5 km), Aquathlon (natação + trail run), Desafio Rocky (trail run 12 km + MTB 25 km), Natação em Águas Abertas (750m, 1.500m e 3.000m) e e-MTB, dividida nas categorias Turbo Pro (50 km) e Super Light (25 km). As inscrições seguem abertas e podem ser feitas aqui.

Veja também
+ 5 motivos para você fazer uma prova de bike no Rocky Mountain Games
+ Inscrições abertas: e-MTB e Aquathlon reforçam Rocky Mountain Games em Juquitiba
+ The Rough Stuff: a história do primeiro clube de ciclismo off-road do mundo

Localizado na base da Serra de Paranapiacaba, o Fazendão faz parte do entorno do Parque Estadual do Jurupará e soma 1.150 hectares — sendo 85% de Mata Atlântica preservada. A área inclui 35 km de margens da represa Cachoeira do França, com mata fechada, água cristalina e uma fauna riquíssima.

“É um pedacinho do paraíso”, resume Zé Pupo, diretor de percurso e parceiro do RMG no Fazendão desde o início. Ele acompanha de perto a evolução da propriedade há mais de 12 anos, e foi peça-chave na transformação do espaço em uma arena multiesportiva integrada à floresta. “Nossa prioridade é a preservação. Poder dividir esse lugar com quem valoriza natureza e esporte é um privilégio”, diz Pupo.

O percurso da etapa Juquitiba é conhecido por ser técnico, bem sinalizado e imersivo. São cerca de 70 km de trilhas, com rotas planejadas para que as provas aconteçam de forma segura e harmoniosa no mesmo dia. “Todas as modalidades do evento interagem com a natureza”, conta Pupo. “É impossível não se sentir conectado ao ambiente. Quando o nível da represa está alto, como agora, o lugar parece ainda mais mágico.” 

Entre os trechos mais emblemáticos está a Trilha do Nando, onde os atletas das provas de 12 km e 21 km correm sobre pedras no leito de um rio. Já os 6 km e o canicross combinam trechos planos com subidas técnicas, sempre às margens da represa. Mas o que realmente diferencia o Fazendão de outros locais é a biodiversidade. Antas, capivaras, veados, lontras, tamanduás, quatis, dentre outros animais, fazem parte da fauna local. 

Para Zé Pupo, o evento não é só uma competição — é uma imersão em um ambiente preservado. “Abrir os portões do Fazendão e receber atletas que valorizam isso é o que nos move”, afirma Pupo.

Rocky Mountain Games: para quem nada
Natação em águas abertas vai para sua segunda temporada no Rocky Mountain Games. Foto: Divulgação / RMG.

A Natação em Águas Abertas está de volta ao Rocky Mountain Games — e exclusivamente na etapa de Juquitiba. Se você está pensando em encarar o desafio, anote: as distâncias são de 750m, 1.500m e 3.000m, todas na Represa Cachoeira do França, um dos cenários mais bonitos do evento. E quem já nadou por lá garante: vale cada braçada.

Murilo Bianchini foi campeão da prova de 3.000 metros em 2024 e aprovou a disputa. “Foi minha primeira participação em Juquitiba, e achei a prova muito top. Organização impecável, largada pontual, percurso bem sinalizado, com boias e bastante apoio na água. Dá para curtir o evento inteiro”, diz Bianchini.

A segurança é um dos pontos fortes: além da sinalização, há caiaques e salva-vidas acompanhando os atletas durante todo o trajeto. E quem estiver começando pode usar boias de segurança, que ajudam na navegação e aumentam a confiança — especialmente para quem vem da piscina e ainda está pegando o jeito das águas abertas.

Sobre a temperatura da água, vale se preparar: “Ano passado estava um pouco gelada, já que a prova acontece em junho. A roupa de borracha ajuda bastante, tanto para manter o corpo aquecido quanto para melhorar a flutuabilidade”, explica Murilo. Mas ele garante que dá para completar sem o neoprene também. “Levei atletas que nadaram sem roupa e foram super bem.”

Murilo finaliza com incentivo para quem ainda está na dúvida: “Se está treinado, pode encarar os 3 mil. Mas se for a primeira vez, começa nos 750m, vai com calma. O importante é curtir a experiência. A prova é segura, organizada e muito legal. E quem quiser trocar ideia, estarei lá de novo esse ano.”

Rocky Mountain Games: para quem corre

Para o experiente treinador e triatleta André Pizzinato, o Fazendão é um paraíso para o trail run. E não é força de expressão. Ele destaca o cuidado na manutenção das trilhas como algo único.

Mas o corredor destaca que o terreno é exigente. Diferente de outras etapas do Rocky Mountain Games, como Campos do Jordão e Atibaia — marcadas por longas subidas —, Juquitiba exige constância em trechos curtos, técnicos e explosivos. “Você embala, aí já vem uma subida que te obriga a caminhar. Depois desce, acelera, e logo emenda outra subida. É uma prova que mina suas pernas aos poucos.”

Trail Run em meio à Mata Atlântica. Foto: Divulgação / RMG.

Para quem está começando, o percurso de 6 km é ideal. “É mais curto, mas ainda oferece um bom desafio técnico, com trechos de mata fechada, passagem por trilhas estreitas e visual de represa”, diz Pizzinato. “É o tipo de prova perfeita pra levar a família, curtir o dia e ainda viver uma experiência completa”, acrescenta.

E pra quem quiser dividir essa experiência com o melhor amigo de quatro patas, o canicross é uma excelente pedida. A modalidade, que vem ganhando força no Brasil, une corrida e parceria com o cão, e no Fazendão encontra o cenário perfeito: sombra, terreno variado, contato com a água e uma logística pensada também para os animais. “O percurso do canicross é bem estruturado, com pontos de hidratação e áreas seguras. Dá pra competir com tranquilidade e curtir o evento com o pet”, afirma Zé Pupo.

Rocky Mountain Games: para quem pedala

Para quem está começando no MTB ou gravel, o Fazendão é o lugar ideal para dar os primeiros giros em uma prova de verdade. O percurso é desafiador, mas acessível, garante Zé Pupo. A estrutura acolhe iniciantes sem deixar de oferecer experiências intensas para os mais experientes. Tudo isso em um cenário de tirar o fôlego.

“Na última edição, vi muita gente começando. Grupos de amigos, camiseta combinando, galera sorrindo do início ao fim. É uma prova que acolhe”, conta Pizzinato, que conhece bem o traçado. Segundo ele, o percurso de 25 km é uma ótima escolha para quem está entrando no mundo da bike de trilha. Tem subidas duras, descidas divertidas, trechos de mata fechada e trechos mais abertos — um resumo perfeito do que é pedalar na montanha.

Mas o Fazendão também cobra atenção. “É dinâmico demais. Você sobe forte, desce forte, e se não estiver com a marcha certa, pode ter que descer da bike. Tem que estar ligado o tempo todo”, avisa Pizzinato.

Para quem busca mais intensidade, o percurso de 50 km é ideal: mais altimetria, mais variação e mais tempo de prova. Já quem vem de bike elétrica encontra nas provas de e-MTB 25 km e 50 km uma excelente opção para explorar o mesmo terreno com apoio do pedal assistido — sem perder o desafio.

Pizzinato lembra que estudar o percurso é parte essencial do preparo. “A altimetria está no site, e isso ajuda muito. Saber onde é a subida mais dura, onde dá pra acelerar, onde precisa segurar. Eu passo tudo pros meus alunos: mapa, dicas, onde atacar, onde economizar. Isso faz diferença.”

E se a ideia for encarar o Duathlon, aí o planejamento sobe de nível. “É quase uma modalidade à parte. Você precisa saber onde vai deixar o tênis, com que marcha vai sair. Eu já deixo o gel colado no quadro com fita, pronto pra puxar. Cada segundo conta.”

O Fazendão conquista também pelo cuidado com os detalhes. “Você percebe que é uma prova feita com carinho. As trilhas são bem cuidadas, o percurso é pensado por quem entende. E o kit tem camiseta, jersey, medalha… coisa que você não vê mais por aí”, diz Pizzinato. “É o tipo de prova que você termina já com vontade de voltar”, finaliza o triatleta.