Coronavírus: é possível viajar na pandemia?

Por Redação

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Imagem Shutterstock

Sossegue a mochila no armário. Já faz mais de um ano que a pandemia detonou muitos sonhos de viagem, derrubou muitos negócios ligados ao turismo e ainda não deu sinais de trégua. Apesar da ansiedade que todos estamos sentindo, viajar na pandemia está difícil e ficará um pouco mais, antes de melhorar.

Em março de 2021, são 108 as nações impedem a entrada livre de brasileiros ou turistas que tenham passado por aeroportos no país, de acordo com dados da Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA, na sigla em inglês), de sites de agências de viagens e de contatos com as embaixadas dos países no Brasil, em um levantamento feito pelo Estadão. Foram levados em conta 196 países reconhecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).

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Depois da primeira onda, muitos países acreditaram que a solução estaria no turismo interno, que realmente foi um respiro em alguns lugares, como no verão europeu, em que o turismo se concentrou dentro das fronteiras de cada país. Mas na atual onda da pandemia, agravada por novas variantes, o colapso de sistemas de saúde locais torna a restrição de deslocamentos ética e necessária em muitos momentos. As coisas podem mudar quando boa parte da população mundial estiver vacinada, mas até lá, veja as como estão rolando as regras nos principais destinos turísticos mundiais.

Alguns países estão sendo extremamente rígidos com as regras sobre viajar na pandemia. No Reino Unido, que está em lockdown no momento, é atualmente ilegal viajar para o exterior para férias.

Mesmo se eu puder viajar na pandemia, devo?

As restrições variam amplamente no mundo  todo, mas para muitas pessoas é possível fazer viagens nacionais e internacionais. Para brasileiros, a recomendação do Itamaraty é bem genérica: evitar países com transmissão local e tomar medidas de precaução, alertando aos seu médico caso tenha sintomas que podem ser de Covid-19 ao retornar do exterior.

Muitos países, como o Canadá, desaconselham todas as viagens não essenciais para fora no momento. Apesar de existirem destinos que estão aceitando brasileiros, não é recomendado viajar neste momento. Planejar viagens para os próximos meses é bastante arriscado: muitas companhias aéreas têm vendido os voos, mas cancelado perto da data, com muitas reclamações de clientes relatando dificuldades no reembolso.

Posso viajar dentro do Brasil? 

Atualmente, uma a cada quatro mortes por Covid no mundo está acontecendo no Brasil, assim como muitos centros urbanos estão enfrentando o colapso do sistema de saúde. São Paulo e Rio de Janeiro propuseram megaferiados para permitir que as pessoas fiquem em casa, mas prefeitos de localidades turísticas próximas, como a Baixada Santista no caso de São Paulo, receiam que a decisão cause uma descida em massa para o litoral, o que seria um tiro no pé, com o efeito contrário ao desejado.

Portanto, se você mora em uma região com alto nível de contágios e com instabilidade no sistema de saúde, evite viajar na pandemia, e mesmo em condições relativamente seguras. Confira as regras locais e adie todos os deslocamentos que não forem realmente necessários, mesmo que não haja uma restrição oficial.

Em outros países, as regras são mais rígidas. No Reino Unido, por exemplo, viagens de lazer internas estão fora de questão no momento e sujeitas à multa – por outro lado, os destinos já estão se preparando para um grande fluxo de viajantes domésticos quando o bloqueio diminuir no final da primavera. No Canadá, não há requisitos federais de viagem para canadenses que viajam entre províncias e territórios, embora haja regras e restrições provinciais ou territoriais em muitos casos e viagens não essenciais sejam desencorajadas. Nos EUA, alguns estados têm mantido restrições para viajantes. Na Alemanha, são proibidas as pernoites em hotéis para fins turísticos. Na Itália, os deslocamentos para fora da região e mesmo da cidade sem um motivo justificável comprovado estão sujeitos à multa.

Preciso de um teste Covid-19 negativo para viajar para o exterior?

Ao menos 88 países permitem a entrada de pessoas saídas do Brasil sem uma justificativa específica – como trabalho, estudo ou reunião familiar. É preciso conferir caso a caso os requisitos, mas na maioria deles, será necessário um teste Covid-19 negativo antes de embarcar.

Alguns países criaram regras específicas para repatriar cidadãos ou residentes e mesmo para receber viajantes que tenham vínculo com o país – como um parceiro estável que resida nele, como a Suíça. No site Love is Not Tourism, é possível consultar um compilado de informações sobre como muitos países estão lidando com casais binacionais, como preparar a documentação que comprova o vínculo no caso dos países que estão abrindo esta exceção – além, claro, do teste negativo de Covid-19. Casos como motivo de saúde ou outras emergências também estão sendo considerados, quase sempre acompanhados da exigência de teste.

Na maioria dos casos, o teste exigido é o PCR, por ser mais confiável, e deve ser feito entre 48 e 72 horas antes do embarque. Algumas companhias aéreas estão exigindo um teste sorológico rápido antes do embarque também, feito no próprio aeroporto.

Nem todo destino exige um teste. Por exemplo, o México tem uma das políticas mais relaxadas do mundo quanto a viajar na pandemia. O país atualmente não exige teste ou quarentena para chegadas internacionais.

Terei que ficar em quarentena?

Muitos países passaram a exigir que todos os viajantes sejam colocados em quarentena e têm restrições restritas sobre as razões aceitáveis ​​para entrar. Outros não têm requisitos de quarentena (México, por exemplo) ou são muito menos restritivos. Em geral, as quarentenas são de 10 a 15 dias, comprovadamente dentro de um hotel, e em alguns casos as regras são ainda mais rígidas. No Reino Unido, os 10 dias exigidos devem ser cumpridos em um hotel aprovado pelo governo e fazer dois testes de Covid, no dia 2 e no dia 8 da quarentena.

Os viajantes que entram no Canadá, incluindo aqueles que tiveram resultado negativo ou se recuperaram da Covid-19 ou foram vacinados, devem ficar em quarentena ou enfrentar multas ou penalidades mais severas. As chegadas internacionais de lazer e turismo estão proibidas de entrar.

Alguns países com regras mais flexíveis não estão exigindo quarentena de viajantes brasileiros, desde que o viajante apresente um teste negativo feito há manos de 72 horas a partir da chegada. Entre eles, Maldivas, Egito e África do Sul, entre outros. Já outros países, como Barbados, estão exigindo quarentena de qualquer viajante proveniente  do Brasil.

No Chile, a entrada de brasileiros é permitida, mas mediante uma taxa obrigatória de 400 dólares, deve ser feito um teste PCR na chegada e a quarentena obrigatória em uma residência sanitária até apresentação do resultado negativo (além de uma longa lista de exigências sanitárias, como seguro-viagem com cobertura mínima de 30 mil dólares para Covid). O Chile possui 174 instalações utilizadas como residências de saúde – com admissão gratuita – que totalizam 12.574 vagas. Depois, os viajantes brasileiros devem ainda cumprir uma quarentena de 10 dias, como os viajantes de outros países.

Se eu estiver vacinado, fica mais fácil viajar? 

Alguns países estão implementando um passaporte sanitário para pessoas que já estão imunizadas com vacina, que deve tornar viagens mais fáceis para alguns destinos. Outros países tem relaxado os requisitos de entrada, como quarentena e testes negativos, para viajantes que comprovem estar vacinados. Portanto, embora a vacinação possa não ser um requisito para viajar, a prova da vacinação pode facilitar significativamente a viagem. De qualquer forma, estar vacinado está longe de ser carta branca. Alguns países estão recebendo apenas viajantes vacinados de áreas específicas, como o Espaço Econômico Europeu. E muitos ainda não tomaram uma decisão sobre os visitantes vacinados.

Preciso viajar. Como posso diminuir o risco de contrair ou espalhar o vírus?

Valem todas as medidas de proteção que tem sido constantemente recomendadas. A higiene cuidadosa das mãos, o distanciamento social e o uso de máscara são fundamentais, assim como evitar espaços internos lotados. No caso das máscaras, usar as PFF2 ou N95 é extremamente recomendável, e em situações de aglomeração, como durante um voo, uma máscara cirúrgica adicional que seja trocada com alguma frequência pode aumentar sua segurança.

Viajar na pandemia de avião é considerado mais arriscado do que a viagem de carro devido ao contato inevitável com outras pessoas em aeroportos e a bordo de voos. A filtragem de ar avançada usada em aviões comerciais – além de comandos de máscara em aviões – ajuda a reduzir o risco em vôo, mas não é infalível.

Limitar as paradas e o contato com outras pessoas em viagens rodoviárias, o distanciamento social e a opção por check-in sem contato em hotéis são formas importantes de reduzir o risco. Evite contato com pessoas fora do seu círculo próximo e prefira atividades em ambientes arejados ou mesmo ao ar livre.







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