“O Google maps a gente usa para se encontrar, o Google Earth, para se perder”. Foi esta a definição dada pela norte-americana Rebecca Moore, diretora da plataforma, ao apresentar o projeto Eu Sou Amazônia, resultado de um trabalho de 10 anos entre o Google e diversos habitantes da maior floresta do mundo, em especial os índios Surui. O Eu Sou Amazônia mostra um mundo quase totalmente desconhecido aos olhos leigos de quem explora o mapa. Com conteúdo em português, inglês e espanhol, a ferramenta apresenta os moradores, os alimentos, o ecossistema e a cultura de 11 pontos diferentes do lugar, apresentados através de histórias diferentes.
Para contar as histórias, todas em vídeo, o Google contou com a colaboração de diversos parceiros, como a produtora O2, do diretor Fernando Meirelles , o Instituto Socioambiental e lideranças de povos indígenas e quilombolas da região. O cacique Almir de Surui foi o primeiro representante indígena a fazer contato com a multinacional de tecnologia para que a Amazônia ganhasse mais representatividade no mapa mundial digital. “Este projeto nasceu da necessidade do povo Surui entender a tecnologia, de uma forma responsável e que possa contribuir com o mundo para o nosso futuro”, disse o cacique no evento de apresentação da plataforma. O representante indígena espera que o Eu Sou Amazônia sirva para conscientizar o público sobre o papel da floresta em nossas vidas. “Sem floresta não existimos. Precisamos acreditar que somos protagonistas do nosso futuro, e entender que a floresta não é só patrimônio indígena, mas do povo brasileiro e do mundo”, disse.
Dentro do Eu Sou Amazônia, o “viajante” pode explorar diferentes aspectos de cada uma das histórias apresentadas, com informações diferentes em cada capítulo – na história Eu Sou Alimento, é possível conhecer as origens da castanha-do-pará e sua rede de distribuição; no Eu Sou Água, conhecemos mais sobre os rios aéreos e a produção de água pelas árvores, e assim por diante. Além das informações apresentadas, a plataforma também sugere meios de colaborar com a preservação da biodiversidade amazônica em cada história, indicando ONGs que trabalham com os assuntos tratados. Há também uma plataforma educacional, com conteúdo gratuito e pronto para ser levado para a sala de aula.
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