Como substituir carne da dieta

Por Redação

substituir a carne
Seintan. Imagem: Shutterstock

Você não precisa virar vegano nem vegetariano definitivamente para reduzir o impacto ambiental do que você come. Aliás, a tendência está em alta e tem até nome: os adeptos da redução de carne são os flexitarianos. A nomenclatura se refere a pessoas que tentam substituir a carne sempre que possível, e aumentar a proporção de pratos com ingredientes de origem vegetal.

Pesquisa coordenada pelo The Good Food Institute (GFI) e feita pelo Ibope junto a consumidores das classes A, B e C mostra que 51% dos flexitarianos brasileiros passaram a comer menos carne em cada refeição, em vez de cortá-la totalmente (25%) ou retirá-la do prato em determinados dias da semana (24%).

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No caso da carne bovina, 57% dos flexitarianos disseram comer, no máximo, uma vez por semana. Ao mesmo tempo, 70% comem ao menos uma vez por semana alternativas vegetais, que são similares, mas à base de plantas – e 45% comem três vezes por semana ou mais.

Muita gente adia as mudanças por não saber bem como substituir a carne e os derivados de origem animal. Se você quer fazer essa e outras mudanças que vão deixar sua alimentação mais verde, preparamos algumas dicas:

Use leguminosas para substituir a carne

As leguminosas são a melhor fonte de proteína vegetal. Combinadas com um cereal, oferecem todos os aminoácidos que o corpo precisa para sintetizar músculos. Algumas ideias: arroz com feijão, macarrão com molho bolonhesa de lentilha, hambúrguer de grão-de-bico. As carnes vegetais industrializadas estão cada vez mais acessíveis e parecidas com a versão original – vale a pena experimentar.

Tofu também é um coringa: deixe marinar nos seus temperos preferidos e grelhe para substituir o filé. Se não tiver intolerância a esse nutriente, o seitan é uma “carne de glúten” que pode ser preparado em formato de bife ou carne de panela, e com o tempero certo, fica tão delicioso quanto a versão tradicional. Por muito tempo a opção mais óbvia, a soja agora é só mais uma. Pode ser usada como opção para “carne moída” de PTS, “carne de panela”de PTS graúda ou bifes de soja.

A pecuária é responsável por quase 15% das emissões mundiais de gases de efeito estufa, de acordo com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. O gado, em particular, requer quantidades significativas de ração que levam ao desmatamento. Se todos nos Estados Unidos pulassem carne e queijo um dia por semana, seria como tirar 7,6 milhões de carros das estradas.  Se você faz parte de uma família de quatro pessoas, trocar retirar carne uma vez por semana equivale a tirar o carro da estrada por cinco semanas.

Vegano meio-período

Ao evitar produtos de origem animal durante o dia, você pode “economizar” carbono para usar em apenas uma refeição por dia. Essa forma de organizar a dieta é conhecida como “vegano meio-período”. Toda decisão que reduza seu consumo de alimentos de origem animal tende a reduzir o impacto ambiental, então mesmo que seja apenas no café da manhã e no almoço, você já está fazendo a diferença. Além disso, é uma boa maneira de começar a desenvolver seu repertório de receitas veganas sem pressão para substituir a carne aos poucos.

Reduzir o consumo de produtos de origem animal está em 4º lugar na lista de soluções climáticas do Projeto Drawdown. De acordo com Jonathan Safran Foer em “We Are the Weather: Saving the Planet Begins at Breakfast, “não comer produtos de origem animal no café da manhã e no almoço reduziria sua pegada de carbono para menos do que a de um vegetariano em tempo integral e economizaria 1,3 toneladas métricas de carbono por ano.

Coma PANCs, produtos locais e sazonais

Alguns vegetais consomem mais água do que outros em sua produção, mas se você já está reduzindo o consumo de carne, essa diferença é mínima. Contudo, existem outras escolhas inteligentes que você pode fazer para reduzir sua pegada ambiental e ainda gerar impactos positivos. Já ouviu falar em PANCS? As Plantas Alimentícias Não-Comerciais são espécies que você dificilmente vai achar na feira, mas que literalmente brotam que nem mato e podem enriquecer sua alimentação. A ora-pro-nobis, por exemplo, é uma folhagem rica em proteína que cresce super bem em vasos e fica ótima em saladas, suco verde, refogados e molhos tipo pesto.

Outra opção é dar preferência a verduras da feira, onde você pode perguntar diretamente para o feirante de onde vem o alimento e preferir os cultivados perto, sempre que possível. Além disso, você fortalece famílias de agricultores e feirantes que vivem disso, em vez de grandes cadeiras de supermercados. Vale muito a pena também consumir os produtos da estação. Comer verduras que podem ter vindo de avião para o mercado não é muito sustentável.

Troque leite de vaca por leites vegetais

Atualmente, há muitas opções de leite vegetal disponíveis. O leite de aveia é apreciado pelos baristas em todo o mundo, graças às suas semelhanças com o leite de vaca. Tem um sabor rico e cremoso e pode ser transformado em espuma para lattes e cappuccinos.  Adicionar leite de vaca ao café quase dobra sua pegada de carbono, de 0,28 kg de dióxido de carbono para um único expresso, o valor sobe para 0,55 kg de CO2² para um café com leite. Se você mudar para o leite de origem vegetal, as emissões médias são cerca de metade das do leite de leite O leite de amêndoa tem a menor pegada de carbono (0,14 kg CO²), mas usa quantidades excessivas de água e pesticidas; o leite de aveia é a segunda melhor opção para o carbono (0,18 kg CO²), mas com seus pequenos impactos no uso da terra e insumos de água é nossa primeira escolha – além disso, ele se comporta mais como leite quando adicionado ao café.







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