Arequipa foi a cidade peruana escolhida para sediar a 15ª edição do INKAFEST, Festival Internacional de Cinema de Montanha e Aventura entre os dias 14 e 19 de outubro deste ano. Foram exibidas 39 produções entre filmes e documentários de 18 países com temas que abordavam montanhismo, escalada, ciclismo, meio ambiente, caiaque, parapente e outros esportes de aventura. Fora das salas de cinema, diversas atividades foram promovidas na região, como caminhadas pelos principais miradores, passeios a cartões postais da região como Valle del Colca, um cânion com 4.160 metros de profundidade, duas vezes mais profundo que o Grand Canyon nos EUA.

+ Peru: o destino que une aventura, natureza, esportes e cultura

A cidade foi escolhida pela 4ª vez consecutiva para sediar o Festival. Arequipa é a 3ª cidade mais visitada do Peru depois de Cusco e Lima. Desde o primeiro dia, as atividades promovidas no INKAFEST inspiram a fazer algo novo ou diferente, explorar mais a natureza peruana. A tentação começa ao sair das sessões dos filmes e se deparar com os vulcões Misti, Pichu Pichu e Chachani que enfeitam a paisagem.

Valle del Colca

O ganhador da 15ª edição do Festival Internacional de Cinema de Montanha e Aventura do Peru foi o documentário polonês “The Last Mountain”, que mostra os detalhes de uma expedição que tentou ser a primeira a chegar no topo da K2 durante o inverno. A mais de oito mil metros de altura, o documentário não poupa detalhes e dificuldades causadas pelo clima, mas também problemas de convivência entre os alpinistas.

“The Last Mountain” também mostra o memorável resgate da francesa Elizabeth Revol que estava presa na montanha de Nanga Parbat junto com Tomasz Mackiewicz, que não resistiu e foi uma das vítimas da “montanha assassina” como é conhecida no Paquistão.
O principal tema desse ano foi “Mujeres en las Cumbres”, ou Mulheres no Cume, que teve o objetivo de incentivar o público feminino a se aventurarem no montanhismo. Além de inspirar, houveram workshops sobre segurança nos trekkings, planejamento, como preparar uma mochila e cicloviagem.

Na programação do evento, houve uma palestra que reuniu grandes figuras no alpinismo feminino. A suíça Marianne Chapuisat, primeira mulher a fazer uma montanha com mais de 8 mil metros no inverno, o Cho Oyu, Juliana García, a equatoriana que foi a primeira mulher a ser guia de montanhas da América Latina e Lixayda Vásquez, a primeira peruana a chegar no topo do Ausangate, a montanha sagrada dos Incas, contaram sobre como é conquistar espaços no esporte e montanhas.

A plateia do INKAFEST também era formada por meninas peruanas curiosas como Sami, uma arequipenha de 8 anos que queria saber sobre aventuras, mas também sobre como produzir menos lixo nos trekkings. O tema meio ambiente também percorreu todo o Festival, e foi debatido em alguns painéis e inclusive teve seu próprio prêmio de produção, no qual ganhou Queen Without a Land, na qual o cineasta norueguês mostra como o aquecimento global está afetando o lar de milhares de animais no ártico.

Exibição de documentários no INKAFEST

Todos os filmes exibidos trazem um feito extraordinário, seja na corrida a maratonista de 82 anos (The Running Nonna), ou com as montanhistas bolivianas que enfrentaram o machismo para chegarem ao topo dos nevados com saias tradicionais (The Cholitas Climbers). Tepuyeras, a vencedora de melhor produção latino-americana também mostra isso, sete escaladoras venezuelanas que se juntaram para realizar um sonho em comum: serem a primeira expedição feminina a escalar o Akopan Tepui e a abrir uma via no Euroda-Yunek Tepui, ambos na Venezuela. Com muito companheirismo e apoio, as sete aventureiras dividem os méritos e as dificuldades da jornada em meio ao conflito político e social do país.

 







Acompanhe o Rocky Mountain Games Pedra Grande 2024 ao vivo