No ultimo sábado (2), um grupo com mais 80 mulheres se uniu para escalar na Pedreira do Dib, em Mairiporã – SP para o 1° ”Encontro das Manas do Climb”, evento de escalada feminina.

A Pedreira do Dib é considerada um dos principais locais para a prática de esportes radicais no Estado de São Paulo. Em uma área total de mais de 4.800m², a pedreira conta com 85 vias de escalada, de vários graus de dificuldade.

A proposta do evento foi conectar mais mulheres com o esporte e fazer uma troca de conhecimentos sobre escalada.

Marcela Gabrielli, escaladora e uma das organizadoras do encontro, relata abaixo como foi a experiencia, que promete acontecer mais vezes.

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O grupo começou a se formar por poucas praticantes e com o passar dos encontros na rocha, foi crescendo. Logo, muitas já não se conheciam e surgiu a vontade de se encontrar. A ideia era um piquenique na pedreira do Dib, que é um lugar de fácil acesso para quem mora em São Paulo, local onde muitas começaram a praticar o esporte. Mas, nós fomos percebendo que havia algumas mulheres do grupo que nunca tiveram escalado na rocha e naturalmente a vontade de facilitar essa experiência cresceu. Então, de forma colaborativa, cada uma foi buscando formas de ajudar esse encontro crescer e acolher mulheres que sentem a vontade de escalar em rocha. Ou seja, sinto que cada integrante do grupo foi dando forma para esse primeiro encontro ajudou a fomentar a escalada feminina em São Paulo.

Foto: Vivi Mar

A ideia é ter um grande ”Encontro das Manas” por ano, onde a data seja definida pela maioria. E manter o que o grupo já estava fazendo, marcando escaladas, oferecendo caronas, facilitando o acesso para quem não tem todos os equipamentos e conhecimentos de segurança.

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A escalada é um esporte que desafia a si mesmo, a todo momento. E por ser um esporte onde a maioria começou a praticar com o auxilio de alguém mais experiente, essa energia de colaboração e acolhimento se perpetua. Mas, por ser um ambiente de maioria masculina, algumas mulheres se sentem desestimuladas a se manter nesse ambiente.

Foto: Wemerson Silva do Nascimento

Através de uma pesquisa feita recentemente com mulheres que escalam, recebi diversos relatos de mulheres que sempre se sentiram acolhidas e outras que sofreram preconceitos, se sentiram constrangidas, inibidas, desacreditadas de sua capacidade e de seu conhecimento, desvalorizadas, fracas, subestimadas. As realidades são diversas e as dificuldades também. O machismo está tão inserido culturalmente que achamos normal algumas falas e atitudes.

Fotos: Mariana Bernardes

A força da escalada feminina vem da união. E esse encontro mostrou que fazemos parte de algo maior. É importante ver mais de 80 mulheres de vários lugares do estado de São Paulo na Pedreira do Dib se reunindo, compartilhando suas historias, mostrando que a escalada feminina vem crescendo e incentivando umas as outras.

Foto: Wemerson Silva do Nascimento

A união e a visibilidade são essenciais para evolução e autonomia da escalada feminina.

Este encontro foi a solidificação disso, do amor ao esporte, a demonstração que todas podem praticar um esporte que trabalha mente, corpo e equilíbrio. Que nos ensina a amar e respeitar a natureza e cuidar do ambiente que sempre queremos estar.







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