De acordo com recentes descobertas de um grupo de cientistas chineses, a camada de neve no Everest, o pico mais alto do planeta, é várias vezes mais profunda do que se pensava anteriormente. Eles afirmam que essa revelação poderia moldar uma nova compreensão da taxa de mudanças climáticas na Terra.
Estimativas anteriores para a camada de neve no cume do Monte Everest variavam de menos de um metro (0,92 metros) a cerca de 3,5 metros. Os métodos para calcular isso foram bastante básicos ao longo dos anos. Por exemplo, uma equipe de pesquisa em 1975 usou uma estaca de madeira e a afundou na neve, estabelecendo a base de 0,92 metro.
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Em 1992, outra equipe de pesquisa fez exatamente a mesma coisa com uma haste de aço e estimou uma espessura de 2,52 metros. Em seguida, em 2005, uma terceira equipe de pesquisa usou radar de penetração no solo para estimar uma profundidade em torno de 3,5 metros.
Um projeto semelhante foi tentado há alguns anos usando vários instrumentos baseados em radar, mas nenhum resultado ou estimativa foi relatado dessa expedição.
Na expedição mais recente, o grupo de pesquisadores chineses usou uma única antena transmissora receptora em uma frequência de 1.000 MHz, medindo desde a elevação com calcário exposto até o topo. Seus dados agora nos dizem que a profundidade da camada de neve do Everest é na verdade de 9,5 metros.
Esse número vem das leituras médias de 26 pontos de medição no topo. Isso é nove a dez vezes mais neve do que os cientistas acreditavam há mais de 45 anos e ainda cerca de três vezes mais neve do que tínhamos conhecimento neste século.
“Essa descoberta não apenas revela a profundidade da neve no cume do Monte Everest, mas também contribui para uma compreensão mais profunda das mudanças climáticas em altitudes extremamente elevadas, abrindo novas direções para a pesquisa”, disse Yao Tandong, líder da equipe e diretor honorário do Instituto de Pesquisa do Planalto Tibetano.
Agora, os cientistas provavelmente poderão usar essa nova medição da camada de neve do Everest como uma base para monitorar as mudanças climáticas, nos dando uma compreensão melhor de seu ritmo e taxa de mudança no pico mais alto da Terra.