Múltiplo campeão olímpico e mundial, o ciclista britânico Chris Hoy (48) revelou que está enfrentando um diagnóstico de câncer terminal.
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O ciclista de pista premiado anunciou em fevereiro que havia sido diagnosticado com uma forma não especificada de câncer. Na época, ele disse que seu tratamento, que incluía quimioterapia, “está indo muito bem”. “Estou continuando a trabalhar, andar de bicicleta e viver minha vida normalmente.”
No entanto, em uma entrevista ao Sunday Times neste fim de semana, ele falou sobre sua condição após oito meses, dizendo ao jornal que já sabe há um ano que sua doença é terminal.
“Por mais antinatural que pareça, isso é a natureza”, disse ele. “Sabe, todos nascemos e todos morremos, e isso é apenas parte do processo.”
“Você se lembra: não sou sortudo por haver medicamentos que posso tomar para adiar isso o máximo possível?”
A doença de Hoy veio à tona no ano passado, depois que ele sentiu dor no ombro. Ele acreditava ter sofrido uma lesão enquanto levantava peso, mas uma tomografia revelou um tumor.
Hoy disse no domingo (20) que foi posteriormente diagnosticado com câncer de próstata e que também foram descobertos tumores em sua pelve, quadril, coluna e costela.
Ele contou que os médicos lhe disseram que ele tem entre dois e quatro anos de vida.
Tanto seu pai quanto seu avô sofreram de câncer de próstata.
Hoy é um dos atletas britânicos mais bem-sucedidos em todos os esportes. Sua coleção de seis ouros olímpicos entre 2004 e 2012 é superada apenas pelos sete ouros de seu colega ciclista de pista, Jason Kenny.
Hoy também conquistou 11 títulos mundiais.
Apesar das notícias, ele mantém uma perspectiva positiva.
“Com toda sinceridade, sou bastante otimista na maior parte do tempo e tenho uma felicidade genuína”, disse ele. “Isso é maior que as Olimpíadas. É maior que qualquer coisa. Trata-se de valorizar a vida e encontrar alegria.”
Doença dupla na família: ‘Foi um golpe enorme’
Hoy continuou a trabalhar desde seu diagnóstico inicial, incluindo a realização de comentários na TV durante os Jogos Olímpicos e, novamente, nesta semana, no campeonato mundial de pista.
Ele está trabalhando em uma nova autobiografia intitulada All That Matters: My Toughest Race Yet (Tudo o que importa: Minha corrida mais difícil até agora, em tradução livre). Ela será lançada no próximo mês.
“Estou muito empolgado com a possibilidade de este livro ajudar as pessoas”, disse ele.
“É uma faca de dois gumes, porque as crianças tornam tudo ainda mais doloroso quando você tem o medo do que pode perder”. “Mas elas também ajudam você a valorizar cada dia e passar por esses momentos difíceis.”
Hoy tem dois filhos, de 10 e 7 anos. Sua esposa, Sarra, foi diagnosticada no ano passado com esclerose múltipla e também está em tratamento.
Enfrentar essa dupla doença na família tem sido muito difícil para ele.
“Foi o mais próximo que cheguei de, tipo, você sabe, por que eu? Simplesmente, o que? O que está acontecendo aqui?”, disse ele.
“Não parecia real. Foi um golpe enorme quando você já está abalado. Você pensa que nada poderia piorar. Literalmente, você sente que está no fundo do poço, e descobre que não, você pode cair ainda mais. Foi brutal.”
Ainda assim, ele dá crédito à sua esposa por ajudá-lo a ver o lado positivo.
“Ela diz o tempo todo: ‘Quão sortudos somos? Ambos temos doenças incuráveis para as quais existe algum tratamento. Nem toda doença tem isso. Poderia ser muito pior.’”
Buscando o lado positivo: ‘Há coisas incríveis acontecendo o tempo todo’
O anúncio inicial da doença de Hoy, em fevereiro, foi feito sem detalhes específicos sobre sua condição. Ele disse que foi forçado a compartilhar a notícia na época porque alguém estava prestes a tornar a informação pública.
A entrevista de domingo mostra quão grave é sua doença. Ainda com apenas 48 anos de idade, ele continua procurando motivos para ser grato.
Sua quimioterapia fez com que os tumores ficassem tão pequenos quanto a previsão mais otimista. Ele também mencionou que 25% dos homens que participaram de testes médicos em 2011 com o mesmo tratamento que ele está recebendo ainda estão vivos.
“Um em quatro pode parecer uma estatística terrível. Mas, para mim, é tipo… um em quatro!”
“Eu realmente acredito que há coisas incríveis acontecendo o tempo todo”, disse ele, apontando que outros tratamentos ainda podem surgir.
Ele disse aos seus filhos que espera “estar aqui por muitos, muitos anos”.
A notícia de sua doença gerou uma onda de apoio. O recordista de vitórias de etapas no Tour de France, Mark Cavendish, foi um dos que lhe enviaram boas vibrações, escrevendo nas redes sociais que Hoy é “um herói como ser humano.”
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