China veta escaladas no Shishapangma e frustra planos de brasileiro no Nepal

Por Redação

Shishapangma
Shishapangma está situado ao sul do Tibet, a apenas 5 km da fronteira com o Nepal. Foto: Reprodução / Wikipedia / Explorersweb.

O alpinista brasileiro Moeses Fiamoncini pretendia escalar o Shishapangma (8.027m) nesta temporada de primavera no Nepal, mas teve seus planos adiados.

O governo chinês não liberou permissões para escaladores estrangeiros na 14ª montanha mais alta do mundo, frustrando cerca de 50 montanhistas que tentariam alcançar o cume em 2024.

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Moeses, que tenta concluir o ambicioso projeto de escalar as 14 montanhas mais altas do mundo sem o uso de oxigênio suplementar, ainda não decidiu o que vai fazer nesta temporada.

“Após 17 dias esperando a confirmação para escalar o Shishapangma, fomos informados de que a escalada não será permitida na região”, escreveu Fiamoncini.

O brasileiro já chegou ao topo de sete das 14 montanhas acima de 8.000 sem oxigênio, incluindo o K2 (8.611m), Manaslu (8.163m) e o Nanga Parbat (8.125m).

Em agosto do ano passado, ele venceu os 8.068 metros do Gasherbrum I, considerado o pico de 8.000 mais remoto do Planeta, tornando-se o primeiro brasileiro a chegar ao topo das cinco maiores montanhas acima de 8.000 do Paquistão.

Situada ao sul do Tibet, a apenas 5 km da fronteira com o Nepal, o Shishapangma é a “menor” montanha da lista de Moeses, com 8.027m de altitude, sendo a décima quarta mais alta do mundo.

Lado Norte do Everest fechado

O governo chinês também anunciou que o lado Norte do Everest (8.849m) só abrirá para estrangeiros no dia 7 de maio.

A escalada pela face norte da montanha mais alta do mundo será permitida para alpinistas de fora do país até 11 de junho.

Embora estrangeiros ainda não sejam permitidos, uma expedição chinesa no Everest já está fixando cordas pela rota mais popular.

Isso significa que ocidentais devidamente aclimatados podem chegar à montanha com a rota já pronta.

Um aspecto positivo, de acordo com o escalador e guia norte-americano Adrian Ballinger, é que o lado Norte do Everest permite uma temporada mais longa.

“O lado Norte não tem nada como a Cascata de Gelo de Khumbu, que fica instável com o aumento das temperaturas, levando a um fechamento precoce”, explicou Ballinger ao site Explorersweb.

“Essa rota não tem problema com calor ou sol mais tarde na temporada.”