O casal Gabriela e Bruno Campanella, ambos de 31 anos, resolveu largar tudo e viver uma vida nômade no meio da pandemia da Covid-19. Eles venderam sua casa em São Paulo ainda em 2020 e partiram para a nova vida com seus dois filhos, Benjamin, de 3 anos de idade, e Serena, de 1.
“Foi mais de um ano tentando esse projeto. Nossos filhos são pequenos e o trabalho já era 100% digital. Resolvemos não escolher outra casa para morar por um tempo e, sim, sair por aí. Em fevereiro deste ano, completamos seis meses como nômades e já passamos por sete cidades do Brasil até agora”, contou Gabriela ao UOL.
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Brune e Gabriela trabalhavam em regime CLT, ela como relações públicas e ele como engenheiro. Eles contam que gostavam do trabalho, mas se incomodavam com as horas no trânsito, além de sempre estarem esperando as próximas férias.
Na nova vida nômade, Gabriela agora é comunicadora digital no perfil @campamae, além de escritora. Bruno é engenheiro atua na empresa que criou com a esposa. Eles se definem como empreendedores nômades e pais em tempo integral.
Além de não se encaixarem mais na vida com a rotina de apartamento e trabalho, um fato específico impulsionou o casal a tomar a decisão da nova vida. “A virada de chave mesmo foi quando meus avós maternos morreram com 48 horas de diferença um do outro”, conta Gabriela.
A escritora foi criada pelos avós, então o impacto da perda foi grande para ela. “Exatos 10 dias depois, vendemos a casa e, na mesma semana, tínhamos o plano de negócios da empresa. Quando precisei me despedir daqueles que haviam sido meus pais, percebi também que o universo estava conspirando para que eu desapegasse de todo o resto que me prendia a um determinado local.”
A nova rotina
Depois de estruturarem a empresa, o casal pegou o carro da família como ponto de partida para os novos destinos da vida nômade. Desde então, eles já passaram temporadas nas cidades de Amparo e Atibaia, no interior de São Paulo, em São Sebastião, litoral norte paulista e em cidades do sul, como Curitiba, Ilha do Mel, Florianópolis e Canela.
“Saímos de casa com um total de sete malas e hoje estamos com quatro. De resto, o que não veio com a gente, doamos. A cada semana que passa, percebemos o quanto ainda temos coisas sem uso nenhum”, explicou Gabriela ao UOL.
Ela também conta que, com a nova rotina, percebe que os filhos “estão, de fato, vivendo a infância” e que eles se adaptam facilmente às constantes mudanças. “Temos um ritmo bem saudável e uma rotina que permite a eles o movimento, o brincar livre, as expressões de suas emoções. É um grande privilégio”, finaliza.