Caos nos aeroportos: por que a Europa virou o pesadelo dos turistas brasileiros

Caos nos aeroportos: por que a Europa virou o pesadelo dos turistas brasileiros
LONDRES AEROPORTO DE HEATHROW: milhares de bagagens abandonadas (Crédito: Divulgação)

Quem está com viagem marcada para a Europa nos próximos dias deve se preparar para o pior. A crise enfrentada pelas companhias aéreas durante as férias de verão do hemisfério norte tem tomado conta das principais capitais europeias. O destaque negativo vai para Portugal, onde brasileiros chegaram a passar até quatro dias no aeroporto de Lisboa sem conseguir voltar ao País. Registros de cancelamentos, atrasos nos voos e bagagens extraviadas são comuns, e muitos passageiros estão sem receber informação alguma sobre como proceder nesses casos. Devido ao colapso, algumas empresas não estão sequer prestando atendimento básico aos seus clientes, como fornecer alimentação durante os períodos de espera.

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Surtos de doenças respiratórias entre os funcionários, greves de profissionais do setor aéreo e aumento da demanda são algumas das causas do problema. A tão esperada recuperação do setor após dois anos de pandemia é, ironicamente, a principal responsável pela situação atual dos aeroportos: não houve tempo hábil para recontratar funcionários demitidos nem para oferecer os voos disponíveis nas opções pré-pandemia.

Sobrecarregados, os trabalhadores paralisaram as atividades em companhias que operam na Bélgica, Espanha, França, Itália e Portugal. Foi o caso da Ryanair, empresa de baixo custo que registrou greve de três dias. Nas redes sociais, passageiros do mundo todo sofrem com um problema que jamais tinha sido observado com tamanha intensidade: o extravio de bagagens. Imagens de milhares de malas abandonadas nos saguões dos aeroportos inundaram as redes sociais.

A pressão foi tanta que a CEO da TAP Air Portugal, Christine Ourmières-Widener, publicou uma carta de alerta aos passageiros. “Reconhecemos que não estamos oferecendo o serviço de excelência que planejamos face à crise que o transporte aéreo atravessa e que, de acordo com as previsões mais recentes, não deverá melhorar nas próximas semanas, fruto do aumento regular das viagens”, afirmou. A tatuadora brasileira Monique Marrucchi, que mora há três anos na cidade do Porto, viu o sonho de viajar para um festival de música na Bélgica se transformar em um pesadelo.

Primeiro, ela fraturou o joelho e precisou alugar uma cadeira de rodas para conseguir seguir com a viagem com um grupo de amigos que a acompanhava. “Um pouco antes do show recebi um email dizendo que meu voo de volta a Portugal, que era separado dos meus amigos, havia sido cancelado, sem nenhuma informação adicional”, diz. Sozinha e na cadeira de rodas, não teve assistência da companhia aérea no aeroporto e, somente depois de muita negociação, conseguiu remarcar a volta e passar a noite em um hotel.

Após passar mais de um mês na Holanda, a advogada Monily Brito ainda não tem notícias de sua bagagem, extraviada no último dia 1 no trajeto de volta ao Brasil. “Por causa da mala, perdi minha conexão de São Paulo para Recife e fiquei horas no aeroporto esperando a abertura do escritório da companhia abrisse no final da tarde. Não tinha nenhum funcionário para me atender. A minha mala não foi nem localizada”, diz. A influenciadora digital Dora Figueiredo, que realizava a sua primeira viagem para a Europa, optou por compartilhar suas cenas de desespero com seus milhares de seguidores em tempo real.

Ao sair de França para a Espanha, ela teve sua bagagem extraviada e ficou sem informações sobre o paradeiro de seus pertences. “Juntei dinheiro para fazer a viagem e fazer compras. Tudo que comprei está dentro da minha mala”, relatou. Ela reclama que também sofreu preconceito por ser brasileira por parte de funcionários da companhia aérea: “quando isso acontecia, eu pensava: só quero a minha casa”.







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