Campanha Azul Marinho: Bianca Vilela fala sobre a prevenção do câncer colorretal

Por Bianca Vilela

A maior parte dos casos de câncer colorretal pode ser evitada com medidas simples de prevenção. Foto: Dejan Dundjerski / Shutterstock.

O câncer colorretal, que afeta o intestino grosso e o reto, é uma das formas mais comuns de câncer no mundo. No Brasil, é um dos tipos mais frequentes tanto em homens quanto em mulheres, sendo a segunda maior causa de mortes por câncer.

O que muitas pessoas desconhecem é que essa doença pode ser evitada ou diagnosticada precocemente por meio de exames de rastreamento e adoção de hábitos saudáveis.

Se essa doença pode ser evitada ou identificada antes de avançar, por que ainda vemos tantas pessoas sofrendo com ela? O que está por trás desse número crescente de casos? Seria falta de informação, medo dos exames ou mesmo uma cultura que ainda subestima a prevenção?

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Um estudo publicado pelo Journal of Clinical Oncology aponta que a adoção de uma dieta rica em fibras e pobre em carnes processadas pode reduzir em até 40% o risco de desenvolver câncer colorretal. Além disso, o artigo destaca a importância da prática regular de atividades físicas e do controle do peso corporal como fatores essenciais para a prevenção da doença (JCO, 2021).

A prevenção do câncer colorretal passa, principalmente, pela educação sobre os fatores de risco. Alimentação inadequada, sedentarismo, obesidade e tabagismo estão entre os principais fatores que podem aumentar a propensão ao desenvolvimento da doença. É essencial que as pessoas compreendam a relação direta entre esses hábitos e a saúde intestinal, para que possam fazer escolhas mais conscientes no dia a dia.

Além disso, os exames de rastreamento, como a colonoscopia, são ferramentas poderosas para a detecção precoce. Esse exame permite identificar pólipos que podem evoluir para câncer, possibilitando a remoção antes que se tornem um problema mais grave. No entanto, muitas pessoas só procuram o médico quando os sintomas aparecem, o que reduz significativamente as chances de um tratamento eficaz.

O papel da conscientização e da prevenção

Você sabia que a maior parte dos casos de câncer colorretal poderia ser evitada com medidas simples de prevenção? Então, por que ainda negligenciamos nossa saúde intestinal? Muitas vezes, a falta de informação e o receio dos exames impedem que as pessoas tomem atitudes preventivas.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que, apenas em 2024, cerca de 45 mil novos casos de câncer colorretal serão diagnosticados no Brasil. Esse dado alarmante reforça a importância de campanhas como o Março Azul Marinho, que visam alertar a população sobre essa doença prevenível e tratável quando diagnosticada precocemente.

A divulgação de informação correta e acessível é fundamental para mudar essa realidade. Muitas pessoas ainda acreditam que o câncer é uma “sentença de morte”, quando, na verdade, a medicina avançou muito nos tratamentos e nas estratégias de prevenção. Quanto antes um tumor for identificado, maiores são as chances de cura, podendo ultrapassar 90% em casos diagnosticados precocemente.

As empresas também têm um papel crucial na conscientização sobre o câncer colorretal. Oferecer palestras, workshops e programas de prevenção para os colaboradores pode fazer toda a diferença na saúde e qualidade de vida dos profissionais.

BIANCA VILELA é autora do livro Respire, palestrante, mestre em fisiologia do exercício pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e produtora de conteúdo. Desenvolve programas de saúde em grandes empresas por todo o país há quase 20 anos. Na Go Outside fala sobre saúde no trabalho, produtividade e mudança de hábitos. Não deixe de visitar o Instagram: @biancavilelaoficial.