Localizado entre os estados de São Paulo e Minas Gerais, o Caminho da Fé, uma das rotas mais tradicionais para ciclistas e caminhantes, está completando 20 anos neste mês de fevereiro.
Para abrir as comemorações, uma expedição começa a percorrer neste sábado (11) o mesmo trajeto idealizado por Almiro Grings, inaugurado em fevereiro de 2003.
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Inspirado no milenar Caminho de Santiago de Compostela, na Espanha, a rota brasileira, em tão pouco tempo, já se transformou em uma referência nacional e vem registrando um crescimento médio anual de 32%, deixando um rastro de prosperidade por onde passa.
“O Caminho da Fé transformou a vida das pessoas que moram ao longo dele. A rota trouxe trabalho, recursos e muitas possibilidades”, diz Mauro Lourenço Cavenaghi, peregrino e proprietário do Bar do Maurão, instalado em Inconfidentes, Minas Gerais, há mais de 38 anos. “Sem falar que esses peregrinos enchem a nossa região de alegria.”
A prosperidade espalhada pelo Caminho, como atestam as muitas histórias, ultrapassa os 2.500 km dos 19 ramais do percurso, movimentando a economia da região e também o mercado de bicicletas – especialmente levando-se em conta que os ciclistas representam 60% dos visitantes do Caminho.
Ao todo, 80 mil pessoas já fizeram o percurso a pé ou de bicicleta, motivadas não apenas pela fé, mas também pela possibilidade de autoconhecimento, pelo esporte ou simplesmente para ver as belezas do território.
De acordo com a Aliança Bike, só no ano passado, foram 20.240 viajantes, que gastaram em média R$ 1.200 nos mais de 202 meios de hospedagem e 146 pontos de apoio distribuídos ao longo do trajeto.
Vale ressaltar que o controle dos peregrinos é feito pela venda dos passaportes, estima-se que um percentual de 40% de viajantes fazem o caminho sem o registro. O Caminho está conectado com a Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso.
O sucesso está diretamente ligado a um sistema profissional de gestão, em vigor desde 2015, quando a rota recebeu um aporte de recursos que possibilitou o desenvolvimento de um plano de negócios.
“Mudamos os sistemas de contratos financeiros, a metodologia da comunicação, identificamos novas oportunidades de negócios e os resultados começaram a aparecer”, explica Camila Bassi Teixeira, gestora executiva do Caminho da Fé.