Uma das trilhas mais temidas e também uma das mais desejadas por quem adora viver uma aventura diferente, foi encarada de perto pelo brasileiro André Felipe Fuão (26), que fez o percurso em 5 meses, passando pela Califórnia, Oregon e Washington.
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A trilha Pacific Crest Trail (PCT) corta a costa oeste dos Estados Unidos por mais de 4.200 quilômetros de extensão, desafiando não somente fisicamente quem a percorre, mas também mentalmente. A trilha já foi retratada também em um filme estrelado por Reese Witherspoon, chamado “Livre”.
A trilha pela Pacific Crest Trail começa na região da fronteira dos EUA com o México e, um dos primeiros trechos, já insere o viajante em paisagem desértica da zona sul da Califórnia. Entrando na zona norte da região, a paisagem montanhosa da Sierra Nevada, com altitudes que passam dos 4.000 metros e possibilidade de neve, podem tornar o passeio bem desafiadora.
“Eu sabia que esta era uma das trilhas mais lindas dos Estados Unidos e que cortava Estados americanos que queria conhecer. E é um trajeto que tem de tudo. Tem neve, deserto, florestas densas e montanhas”, explicou o brasileiro.
André conta que o horizonte vai ficando mais verde com a medida que se aproxima do Estado do Oregon, com florestas lindíssimas. E, já em Washington, um dos destaques vai para as montanhas com picos nevados super fotogênicos, que coroam o horizonte. O percurso termina no Canadá.
André, que é trilheiro experiente e já percorreu o Nepal, Peru e Sudeste Asiático, diz que a PCT é especial. Isso porque além das belas paisagens, a trilha envolveu uma superação.
“Três dias antes de começar a trilha, eu estava em Los Angeles e sofri um acidente de bicicleta. Machuquei seriamente meus dois joelhos. No primeiro dia da trilha, só consegui caminhar seis quilômetros. No segundo dia, foram oito quilômetros. Neste início de viagem houve muita dor, mas fui progredindo até conseguir fazer pelo menos 30 quilômetros por dia”, relembrou ele.
Além da dificuldade que enfrentou com seu joelho no início da trilha, o brasileiro ainda teve que enfrentar a dor de ter a ponta dos dedos dos pés congelados. “Senti muita dor. Saí da trilha e fui a um médico, que recomendou que eu ficasse três meses sem andar. Mas voltei para a trilha cinco dias depois”.
No fim da trilha Pacific Crest Trail André havia perdido 7 quilos e usado até gastar as solas, 4 pares de sapatos de caminhada.
“Muitas pessoas que começaram a trilha na mesma época que eu desistiram no meio do caminho. Para mim, completar a PCT gerou um sentimento de dever cumprido”, disse ele.