Com grandes eventos internacionais de skate acontecendo no Brasil e o sucesso do país na estreia da modalidade nas Olimpíadas em 2021, o esporte tem ganhado mais força do que nunca entre os brasileiros. Uma pesquisa do Ibope REPUCOM mostrou que, nos últimos quatro anos, o país ganhou 20 milhões de novos fãs de skate.
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A análise, encomendada pela 213 Sports, responsável pelo desenvolvimento e promoção da Street League Skateboarding no Brasil, escutou 2 mil entrevistados online, com uma margem de erro de dois pontos percentuais e taxa de confiança de 95%. Os dados representam 110,5 milhões de internautas com mais de 18 anos, nas cinco regiões geográficas. A pesquisa apontou que são mais de 47 milhões de fãs da modalidade, o que torna o país um dos principais polos de skate no mundo. São 8,5 milhões de praticantes e esse número segue em uma crescente.
De acordo com o estudo, o Brasil ganhou 20 milhões de novos fãs de skate nos últimos 4 anos, período que compreende a estreia da brasileira Rayssa Leal, hoje com 15 anos, nas competições internacionais (2019) e a entrada do skate nos Jogos Olímpicos (2021).
“Para que um esporte ganhe projeção e relevância social, ele depende de quatro pilares: um grande ídolo, rivalidade, base de fãs e uma transmissão sólida na mídia”, diz Pedro Mesquita, Co-CEO e Diretor Comercial da 213 Sports. “Com a Rayssa Leal conquistando a medalha de Prata nas Olimpíadas de Tóquio e o Título Mundial da SLS no ano passado, todos os ingredientes estavam disponíveis e o skate brasileiro deslanchou. Hoje o Brasil é uma das grandes potências na modalidade, ao lado dos Estados Unidos e Austrália. Nosso país é ainda a segunda maior economia do skate no mundo, movimentando mais de R 1 bilhão anualmente”, completa.
O perfil do fã de skate brasileiro
A pesquisa do IBOPE Repucom apontou que 74% dos entrevistados têm interesse no skate. São 81,8 milhões de brasileiros, o que equivale aproximadamente à população da Alemanha. Destes, 47,7 milhões se identificam como fãs, um grupo engajado maior do que a população da Espanha. Os “superfãs”, que afirmaram ter muito interesse no skate, representam 17% da população on-line, o que representa 18,8 milhões de brasileiros maiores de 18 anos.
O estudo traçou ainda um perfil dos fãs brasileiros, seus hábitos de consumo e suas relações com as marcas que patrocinam competições e atletas da modalidade. Entre os entrevistados que se declararam fãs de skate, 52% são homens, na faixa etária dos 18 aos 29 anos (35%) e concentração de renda 18% maior em relação à média da população.
No que tange a prática de esportes, 88% dos fãs de skate se identificam como adeptos de alguma modalidade, enquanto na população geral a adesão é de 75%. O estudo destaca a afinidade natural de prática de skate, surfe e esportes radicais, que é o dobro entre os fãs de skate em relação ao público geral. Entre os temas de maior interesse deste público estão Cultura Sneakerhead (afinidade 74% maior que a média), Arte Urbana (51%), Streetwear (56%) e Dança de Rua (62% superior à média).
Segundo Pedro Mesquita, os dados apontam grandes oportunidades na modalidade para marcas que tenham na cultura urbana e no estilo de vida ativo os pilares de suas estratégias. “A América Latina é o continente mais urbanizado do mundo. No Brasil, além da grande maioria da população concentrada nas cidades, a cultura urbana é influente e original, parte fundamental da identidade dos praticantes e fãs da modalidade. Marcas que querem reforçar sua conexão com esta tendência encontram no skate uma plataforma ideal, pois além da afinidade natural, é um público muito engajado com as marcas”, afirma.
Hábitos de consumo
Dos 47,7 milhões de brasileiros identificados como fãs da modalidade, 13% têm o hábito de acompanhar as competições presencialmente, um público potencial de 6,2 milhões de pessoas que frequentam as disputas e interagem diretamente com as marcas que as viabilizam.
Outros 45% dos fãs priorizam a TV por assinatura para acompanhar as transmissões da modalidade, uma adesão 25% superior à média do brasileiro. Isso reforça a importância do skate como plataforma de entretenimento e o alto engajamento de seu público. Os fãs de skate possuem hábito de consumo regular superior em todas as plataformas em comparação à população conectada no Brasil. 81% deles sempre utilizam o smartphone enquanto 72% o fazem em suas Smart TVs.
Outro fator que reforça o alto engajamento desse público é a sua relação com as marcas patrocinadoras da modalidade. Entre os fãs de skate, 57% se declaram fiéis aos patrocinadores que apoiam o skate, ante 45% entre a população conectada. Quando perguntados se escolheriam uma marca patrocinadora em detrimento de outra que não patrocina, 61% responderam que sim, enquanto apenas 48% do público geral entrevistado optou pela resposta. Eles também são maioria entre os fãs que buscam se manter informados sobre as marcas patrocinadoras, 65% ante os 50% dos demais entrevistados.
O interesse pelas marcas que apoiam o skate também têm alta conversão em consumo no Brasil: 67% dos fãs já compraram influenciados por marcas exibidas durante as transmissões, ante 52% do público geral. A pesquisa aponta ainda que 65% dos entrevistados compraram produtos esportivos oficiais nos últimos seis meses. Entre os fãs de skate, este percentual chega a 79%, índice 22% maior. Entre o público geral, 15% adquiriram produtos oficiais de skate nos últimos seis meses. Entre fãs da modalidade este índice é de 27%. A pesquisa apontou ainda que o gasto médio dos fãs é superior ao da população em todos os cenários de consumo de artigos esportivos.