Baleias azuis voltam à costa da Espanha depois de 40 anos

Por Redação

Baleias azuis voltam para a costa da Espanha depois de 40 anos
Imagem: Joshue Sukoff/Unsplash

As baleias azuis estão retornando à costa atlântica da Espanha após uma ausência de mais de 40 anos. As opiniões de especialistas sobre o que causou a volta dos animais à região estão dividas em razões positivas e negativas. As informações são do Guardian.

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Bruno Díaz, biólogo marinho que dirige o Instituto de Pesquisa dos Golfinhos-de-garrafa em O Grove, Galiza, acredita que o fenômeno pode ser um efeito tardio da proibição de caça às baleias na década de 70.

“Acredito que a moratória da caça às baleias foi um fator chave”, disse ele. “Na década de 1970, pouco antes de a proibição ser introduzida, uma geração inteira de baleias azuis desapareceu. Agora, mais de 40 anos depois, estamos vendo o retorno dos descendentes dos poucos que sobreviveram.”

Galiza tinha uma indústria baleeira centenária. A Espanha só proibiu a caça às baleias em 1986, época em que as baleias azuis estavam praticamente extintas na região.

No entanto, nem todos os especialistas enxergam o retorno das baleias à região como uma boa notícia.

“Estou pessimista porque existe uma grande possibilidade de que as mudanças climáticas tenham um grande impacto no habitat da baleia azul”, disse Alfredo López, biólogo marinho de uma ONG galega que estuda mamíferos marinhos, ao jornal La Voz de Galicia.

“Em primeiro lugar, porque elas nunca se aventuram ao sul do equador, e se o aquecimento global empurrar essa linha para o norte, seu habitat será reduzido. E em segundo lugar, se isso significa que a comida que eles normalmente comem está desaparecendo, então o que estamos vendo é dramático e não algo para comemorar”, completou.

Bruno Díaz especula que as criaturas também podem ter voltado para a Galiza por uma forma de “saudade”, ou memória ancestral.

“Nos últimos anos, descobriu-se que a migração da baleia azul é impulsionada pela memória, não pelas condições ambientais”, disse ele. “Este ano não houve um aumento notável no plâncton, mas aqui estão as baleias. As experiências ficam retidas na memória coletiva e levam a espécie a retornar.”

Os pesquisadores acreditam que esse tipo de memória popular, ou conhecimento cultural, existe em muitas espécies e é a chave para sua sobrevivência.







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