O governo do presidente Joe Biden recentemente apresentou uma série de medidas para construir e reformar 2 milhões de casas nos Estados Unidos para diminuir suas emissões de carbono. Mas como seria, idealmente, uma casa à prova de mudanças climáticas?
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As 128 milhões de casas dos EUA consomem energia para aquecimento, resfriamento e iluminação, gerando cerca de 20% de todas as emissões de aquecimento do planeta, segundo informações do Guardian.
Grande parte dos norte-americanos têm moradias maiores e com mais gastos de energia do que as pessoas em outros países, usando mais do que o dobro da energia do britânico médio e 10 vezes a do chinês médio.
Como seria uma casa à prova de mudanças climáticas?
De acordo com Alejandra Mejia Cunningham, defensora da descarbonização de edifícios no Conselho de Defesa de Recursos Naturais, grupo ambiental internacional sem fins lucrativos, as casas terão que “usar o mínimo de energia possível das fontes mais limpas no momento certo”.
Os painéis solares nos telhados terão que se tornar mais comuns, ao passo que, em moradias alugadas ou em apartamentos, os esquemas solares comunitários podem constituir uma alternativa.
As placas solares também podem ser combinados com baterias domésticas para ajudar a armazenar o excesso de energia que, junto com o isolamento adequado, ajudará a manter a casa funcionando mesmo durante os longos apagões de energia (como os que o Texas experimentou no início deste ano).
O uso de energia se tornará mais inteligente e automatizado, com a tecnologia ajudando a espalhar o uso de energia ao longo do dia para trabalhar em conjunto com uma rede elétrica movida a vento e solar variáveis, em vez de causar grandes picos de demanda que requerem a queima de gás ou carvão.
Novas ferramentas para aquecer e resfriar a casa
Outra medida eficiente em termos de energia será o isolamento adequado das residências, disse Cunningham ao Guardian. Na verdade, as novas casas podem ser pré-fabricadas nas fábricas e instaladas no local para reduzir as lacunas por onde o calor pode escapar.
As reduções profundas nas emissões de carbono envolverão a renovação dos principais eletrodomésticos da casa, como o aquecedor de água, o forno e o aparelho de ar condicionado. À medida que esses itens envelhecem, eles se tornam um desperdício e precisam ser substituídos por aparelhos mais eficientes que utilizam eletricidade limpa.
Mudanças mais simples do cotidiano
Outras mudanças serão mais óbvias, como a substituição de lâmpadas incandescentes por LEDs, instalação de chuveiros de baixo fluxo e eliminação progressiva de fogões a gás em favor de fogões elétricos de indução.
A eliminação do gás também acabará com a necessidade de um detector de monóxido de carbono em casa, embora no oeste dos Estados Unidos os purificadores de ar possam se tornar um recurso padrão em uma era de crescente fumaça de incêndio florestal.
O preço da mudança
As transformações para a descarbonização de uma família americana média podem custar cerca de US $ 70.000 (cerca de R$ 370.000), de acordo com a Rewiring America.
Além das reformas nas casas, mudanças mais amplas e sistêmicas precisarão ocorrer para tornar as habitações mais densas e centradas em torno de linhas de trânsito e comunidades que podem ser percorridas a pé para reduzir o uso de automóveis.
Os defensores do clima nos Estados Unidos estão pedindo apoio ao governo para ajudar nessa transição para todos terem uma casa à prova de mudanças climáticas.