Em busca do azul mais profundo: 15 das mais belas e remotas praias do mundo

Por Jen Murphy*

Os Lençóis Maranhenses. Foto: marcosvelloso / Shutterstock.

Nas últimas duas décadas, Jen Murphy visitou praias em todos os sete continentes. Pedimos uma lista com as 15 mais belas e remotas do mundo para sonhar com o dia em que poderemos mergulhar em ao menos uma delas

Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, Brasil

Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses abriga algumas das maiores dunas da América do Sul. Foto: Guido Cozzi / Getty / Outside USA.

Por que é a melhor: Quando se trata de praias, o Brasil é de uma riqueza estarrecedora. Mas nenhuma se compara aos Lençóis Maranhenses, uma paisagem de sonhos de lagoas azuis escondidas entre dunas que variam de nove e 18 metros de altura da cor de pérolas. Essas piscinas de água doce ficam mais cheias entre junho e setembro, após as chuvas da primavera austral, e esse ecossistema único abriga espécies ameaçadas de extinção, como o íbis-escarlate e a lontra neotropical. É possível explorar o parque a pé ou em um buggy, mas um safari a cavalo com Siempre Atins Cavalgadas é a melhor opção, porque dá para curtir um ritmo mais lento entre os mergulhos por quilômetros nas dunas.

Como chegar: Este trecho de 69 quilômetros de costa no nordeste do Brasil está realmente fora da rota usual. Primeiro, voe para São Luís (um voo de mais de três horas de São Paulo ou Rio de Janeiro), depois dirija por quatro horas para o leste, até a cidade de Santo Amaro do Maranhão. Ou vá para a vila de Atins, localizada na foz do Rio Preguiças, pico popular para a prática de kitesurf de julho a dezembro

Onde se hospedar: Algumas das dunas mais altas encontram-se no lado oeste do parque, facilmente acessível a partir de Santo Amaro, que está repleto de pousadas como a Vila do Junco (a partir de R$ 45) e a recém-inaugurada Oiá Casa Lençóis (a partir de R$ 580). Em Atins, o La Ferme de Georges (R$ 330) é um hotel descolado.
O que levar: A areia pode ser escaldante, por isso leve seus chinelos. E Atins não tem caixa eletrônico, por isso tenha dinheiro ou cartão de crédito à mão.

Wineglass Bay Beach, Tasmânia, Austrália

Wineglass Bay é lar de várias espécies de aves, como corvos-marinhos, pelicanos, águias-do-mar e cisnes-negros. Não esqueça os binóculos! Foto: Nick Rains / Getty / Outside USA.

Por que é a melhor: A praia mais fotografada da Tasmânia só pode ser alcançada a pé ou de barco, de modo que imaginei tê-la só para mim quando, perto do final do verão, parti para a trilha de seis quilômetros (ida e volta) de Wineglass Bay ao amanhecer. Como fui ingênua. O arco de areia branca da baía é considerado a joia do Freycinet National Park, a área selvagem de 16.190 metros quadrados que abriga cerca de 50 espécies de animais endêmicos, muitos dignos de um livro do Dr. Seuss (procure o wallaby de pescoço vermelho e a equidna espinhosa). Também não me dei conta de que março é um dos meses mais movimentados da ilha (outubro e novembro são muito mais calmos). Há quem diga que o nome da baía se deve à sua forma curva, mas, de acordo com os livros de história, o apelido teve origem na tonalidade vermelha que as águas adquiriram nos tempos da caça à baleia na ilha. Durante a minha visita, a subida para o mirante da baía, a menos de um quilômetro do início da trilha, estava apinhada. A maioria dos visitantes admira as águas atualmente azul-turquesa e o seu pano de fundo de picos de granito cor-de-rosa daqui, mas para tocar a areia e o mar você terá que descer milhares de degraus. Confie em mim: o esforço de queimar energia em um quadriciclo vale a pena. A tranquila orla costeira de um quilômetro e meio parece estar a infinitos quilômetros de distância dos turistas lá em cima.

Como chegar: A partir da capital da Tasmânia, Hobart, dirigir por 193 quilômetros ao longo da costa leste até a aldeia costeira de Coles Bay, que faz fronteira com o parque nacional

Onde se hospedar: O acampamento é gratuito no parque em Wineglass Bay e nas praias Hazards e Cooks Beach. Você também pode se dar de presente uma estadia no Freycinet Lodge (a partir de US$ 154), uma das poucas acomodações dentro do parque e a apenas 2,4 quilômetros do Wineglass Bay Trailhead.

O que levar: A água potável é escassa no parque, por isso encha suas garrafas no centro de visitantes ou no estacionamento perto do início da trilha.

Playa Espadilla, Costa Rica

As areias douradas de Playa Espadilla fazem desta uma praia popular entre moradores e turistas. Fique atento aos avisos sobre correntes e marés. Foto: Adam Barker / Tandem / Outside USA.

Por que é a melhor: Esta praia larga, com um quilômetro de comprimento, nos arredores da cidade de Quepos, é a minha ideia de perfeição em forma de areia. A floresta tropical desce até o Pacífico e na maré baixa é um sonho correr na areia firme. Como está virada para oeste, proporciona alguns dos pores-de-sol mais bonitos que já vi. A metade norte da praia é pública, enquanto a metade sul está dentro do Parque Nacional Manuel Antonio. (Para acessar o restante do parque, reserve passes online por 18 dólares; (serviciosenlinea.sinac.go.cr). De maio a novembro, há chuviscos diários e é possível observar baleias jubarte em migração e filhotes de tartaruga entrando na água.

Como chegar: Do aeroporto internacional de San José, são duas horas e meia de carro para o sul ou um voo de conexão de 30 minutos para Quepos através da Aerobell ou da Sansa Airlines. A viagem de carro de Quepos até o resort e a praia leva cerca de 15 minutos.

Onde se hospedar: Esbanje em uma estadia no Arenas del Mar (a partir de US$ 520), um resort sustentável e voltado para a comunidade, situado em uma reserva natural privada de 44.500 metros quadrados, repleta de trilhas. A dez minutos a pé da propriedade, uma pequena trilha estende-se até ao extremo norte da praia e a equipe de naturalistas do resort me levou em caminhadas para ver preguiças e aracaris de bico de fogo.

O que levar: O surf está em alta de maio a novembro, por isso traga a sua prancha ou alugue uma na Da Hui Surf School, em frente à praia.

Limantour Beach, Califórnia

Elefantes-marinho e uma paisagem magnífica são apenas algumas das razões que atraem visitantes à Limantour Beach, em Drakes Bay. Foto: Kirkikis / Getty / Outside USA.

Por que é que é a melhor: Quando eu morava em São Francisco, Limantour era meu refúgio de fim de semana dos verões frios e nebulosos da cidade. No meio da Drakes Bay, estende-se por 6,4 quilômetros desde a extremidade oeste do Limantour Spit até o sudeste, na praia de Santa Maria. Às vezes, eu ia na maré baixa para poder correr na areia dura. Na primavera, percorria as trilhas de flores silvestres – um dos meus caminhos favoritos era o de quase cinco quilômetros de ida e volta chamado Muddy Hollow, onde floresciam tremoços e pincéis-indianos – e depois deitava na praia e observava o horizonte à procura dos borrifos das baleias-cinzentas que migravam com as suas crias. Tenho a certeza de que as focas e as aves marinhas são mais numerosas do que as pessoas, independentemente da estação do ano.

Como chegar: A partir de São Francisco, pegue a U.S. 101 até Olema e a costa nacional antes de continuar na Limantour Road durante 12 quilômetros para chegar à área de estacionamento.

Onde se hospedar: Os parques de campismo são reservados com meses de antecedência. Se não conseguir fazer uma reserva, os hotéis e Airbnbs em Olema são caros, mas charmosos. Para comer, muitas vezes concluí as minhas visitas com ostras grelhadas e uma panqueca de caranguejo Dungeness do Nick’s Cove, um desvio de 40 minutos para norte na Highway 1 que também tem chalés à beira-mar e chalés na encosta (a partir de US$ 350).

O que levar: Os microclimas costeiros são imprevisíveis, e Point Reyes está sempre ventoso, por isso, leve roupa apropriada.

Jobson’s Cove, Bermuda

Jobson’s Cove é tão íntima que você pode tê-la só para si se chegar na hora certa. Foto: Marc Guitard / Getty / Outside USA.

Por que é a melhor: Jobson’s Cove é uma versão em miniatura da queridinha dos turistas, Horseshoe Bay. Ambas são cobertas por areia cor-de-rosa e possuem águas calmas e cristalinas protegidas por penhascos de calcário e rocha de lava. Enquanto Horseshoe Bay tem salva-vidas sazonais, aluguel de guarda-sóis e barraquinhas de iguarias, Jobson’s Cove não tem essas comodidades, mas compensa com um isolamento tranquilo. O seu tamanho pequeno dá a sensação de uma piscina privativa para nadar, repleta de peixes tropicais. Se tiver coragem de sobra, suba os degraus esculpidos nos afloramentos rochosos altos da praia para apreciar a vista infinita da costa sul – não há quase nada entre a Antártida e aqui.

Como chegar: Uma trilha de dois quilômetros liga Horseshoe Bay a Warwick Long Bay. A partir da extremidade oeste da baía, Jobson’s Cove é uma curta caminhada sobre as dunas.

Onde se hospedar: Os viajantes dispostos a enfrentar as águas agitadas da baixa estação (março a abril e outubro a novembro) são recompensados com ofertas de hotéis. Eu gosto do Reefs Resort and Club, de gerência familiar e à beira-mar, há apenas cinco minutos de carro de Jobson’s Cove (a partir de US$ 228).

O que levar: Equipamento de snorkeling para observar o peixe-papagaio da meia-noite e o grande porquinho.

Pink Beach, Indonésia

A areia rosa da Pantai Merah, na Indonésia, é resultado da ação de um microorganismo. Foto: kitzcorner / Getty / Outside USA.

Porque é que é o melhor: Os gigantescos dragões homônimos de Komodo podem ser a principal atração deste parque nacional. Mas, em segundo lugar está Pantai Merah, também conhecida como Praia Cor-de-Rosa, na Ilha Padar. Uma das poucas praias de areia cor-de-rosa do planeta, destaca-se pelo seu cenário dramático, abraçados por águas azul-elétricas e um cenário de Parque Jurássico de savanas e pico de um verde brilhante entre abril e junho, após a estação das chuvas. Faça a caminhada de 20 minutos até ao ponto mais alto da ilha e o seu encantamento só vai aumentar, graças às vistas panorâmicas: enseadas delineadas em areia rosa, preta e branca. (Acredita-se que os dragões de Komodo estejam extintos em Padar, mas as águas cheias de corais estão repletas de vida marinha, incluindo tartarugas marinhas verdes, raias manta e seis espécies de tubarões.

Como chegar: De Bali, é uma hora de voo até ao Aeroporto Internacional de Komodo, no lado ocidental da ilha das Flores. A partir da vizinha Labuan Bajo, os barcos fazem a viagem de três a quatro horas para sudoeste até à ilha de Padar. Quer chegar mais depressa? Opte por um passeio de lancha rápida de 80 minutos com o Red Whale Dive Center, que também oferece excursões guiadas aos 50 locais de mergulho do parque nacional.

Onde se hospedar: Não existem alojamentos na ilha Padar, mas a estância Ayana Komodo Waecicu Beach, em Labuan Bajo, fica a uma curta distância de carro da doca onde se apanha o transporte inter-ilhas (a partir de 230 dólares). A maioria das pessoas gosta de explorar o arquipélago de barco. Os itinerários de sete noites da Aqua Expeditions para o Parque Nacional de Komodo têm locais de desembarque privados e rotas de trekking exclusivas em Pink Beach e outros pontos populares (a partir de US$ 9.415).

O que levar: Tênis resistentes, um chapéu e muito protetor solar seguro para os recifes são obrigatórios.

Cala Brandinchi, Sardenha, Itália

As águas calmas e protegidas de Cala Brandinchi fazem desta enseada um local ideal para famílias. Foto: Will Salkeld / Outside USA.

Por que é a melhor: Com areia fina de quartzo e águas azul-joia, esta enseada faz jus ao seu apelido, Little Tahiti. Entretanto, é mais provável ver florestas de pinheiros do que palmeiras aqui. A beleza de Brandinchi fez dela uma sensação tão grande nas redes sociais que foi introduzido um sistema de reservas online, limitando os visitantes diários a 1.500 entre junho e setembro ($2; santeodorospiagge.it). As visitas no outono, no entanto, são suficientemente calmas para ouvir a trilha sonora das cigarras. Os quiosques vendem snacks e spritzes e alugam SUP, que acaba sendo a atividade ideal nas águas calmas e rasas. É difícil tirar os olhos do mar cintilante, mas faça uma pausa e passeie até a lagoa próxima, habitat de garças, flamingos e mosquitos pólvora.

Como chegar: Voe para o Aeroporto Olbia Costa Smeralda, no centro norte da Sardenha. A partir daí, pegue um ônibus ou um táxi, ou alugue um carro e siga por 20 minutos em direção sul até San Teodoro, uma cidade a apenas 15 minutos de Cala Brandinchi. Entre junho e setembro, um ônibus liga San Teodoro às praias locais, seis vezes por dia; $16 dão direito a um passe para todo o dia. Ou alugue uma bicicleta na cidade e pedale até a praia.

Onde se hospedar: O Camping Cala d’Ambra (a partir de $10) tem locais à beira-mar, um restaurante e aluguel de bicicletas e scooters. Para uma maior variedade de amenidades, o Baglioni Resort Sardinia, perto da Reserva Marinha de Tavolara, fica a apenas dez minutos de carro da praia (a partir de $375).

O que levar: Os visitantes não europeus que pretendam alugar um automóvel, vão precisar de uma carteira internacional de habilitação.

Sandwich Harbour, Namíbia

As dunas de Sandwich Harbour mergulham diretamente no oceano, formando uma paisagem selvagem e colorida, rara no mundo. Foto: Marco Bottigelli / Getty / Outside USA.

Por que é o melhor: Uma das aventuras mais emocionantes da minha vida foi esquiar na areia nas dunas cor de granada perto de Sandwich Harbour,que descem direto para a beira do oceano salpicado de flamingos. A excursão fazia parte de um safari de campismo de uma semana no coração do Namib-Naukluft, o maior parque nacional da África, embora o operador não a tivesse oferecido então devido a desafios logísticos. Mas a paisagem semelhante a Marte é facilmente acessada com um 4×4 ou ATV a partir de Walvis Bay, uma cidade portuária, 56 quilômetros ao norte. As partidas têm de ser programadas de acordo com as marés e mesmo os melhores motoristas têm dificuldade em trafegar nas dunas que se elevam a mais de 90 metros, razão pela qual é aconselhável participar de uma visita guiada com uma empresa como a Mola Mola. Assim, você pode concentrar sua atenção no extraordinário deserto e em qualquer vida selvagem que cruze no seu caminho, seja ela um chacal ou uma foca. Você curte uma boa caminhada? Suba os 380 metros da Duna 7, a leste de Walvis Bay; é uma das mais altas do mundo.

Como chegar: Walvis Bay, a terceira maior cidade do país, é uma base conveniente para uma viagem por conta própria ou guiada por habitantes locais. É possível voar diretamente da Cidade do Cabo e de Joanesburgo.

Onde se hospedar: Se você é um observador de pássaros, fique no Protea Hotel Walvis Bay Pelican Bay (a partir de US$ 80). Tem vista para uma das zonas úmidas protegidas mais ricas do continente, conhecida por abrigar centenas de milhares de espécies de aves, incluindo flamingos. Para uma viagem em grande escala pela Namíbia, considere um acampamento de safári da Natural Selections. Já estive nos seus campos operados pelos proprietários na África do Sul e eles, de fato, dão primazia à conservação.

O que levar: Binóculos, um chapéu e um lenço ou um buff para proteger o rosto e pescoço do sol e da areia que bate com o vento.

Agiofarago Beach, Creta, Grécia

O vilarejo de Matala (população de 300 habitantes) tem vista para a Baía de Messara, em Creta. Foto: Wilhelmina Van Rijn E/V Andeweg / Getty / Outside USA.

Porque é a melhor: Um amigo disse uma vez que a Grécia foi feita para ir pulando de ilha em ilha. Depois de uma visita a Creta, estou inclinada a discordar. A quinta maior ilha do Mediterrâneo não é apenas uma conexão; merece uma semana, no mínimo, para apreciar as ruínas antigas, as trilhas e gargantas na montanha, bem como as praias escondidas. A minha favorita foi Agiofarago. O nome, que se traduz por Desfiladeiro dos Santos, recorda uma época em que os monges viviam solenemente nas grutas circundantes. Fora da rota turística, na costa sul de Creta, a praia de seixos lisos pode ser alcançada por barco alugado a partir das cidades de Matala, Agia Galini e Kali Limenes. Mas o fácil acesso a pé através do desfiladeiro com o mesmo nome é uma experiência única. Ao fim de 45 minutos, fica diante de águas cristalinas que pedem um mergulho. As falésias verticais e os recantos rochosos proporcionam sombra mesmo em julho. Não se surpreenda se vir um ou dois ascetas meditando nas rochas; muitos ainda fazem peregrinações.

Como chegar: Da cidade hippie à beira-mar de Matala, dirija por dez minutos para nordeste até à aldeia de Sivas, depois para sul até chegar ao Mosteiro de Odigìtria. Vire à esquerda na estrada de terra em direção a Kali Limenes. Após 3,5 quilômetros, você verá um sinal para o estacionamento. O caminho do desfiladeiro começa aí.

Onde se hospedar: O Minos Boutique Hotel, à beira-mar, na aldeia de Agia Galini, fica a uma hora a nordeste (a partir de 70 dólares). Eu optei por ficar duas horas a norte, nas montanhas, no Kapsaliana Village Hotel, um edifício histórico de pedra que rodeia um lagar de azeite (a partir de 120 dólares).

O que levar: Sandálias esportivas e muita água.

Playa Carrizalillo, Puerto Escondido, México

Playa Carrizalillo, no México, é pura vibe. Foto: Spacewalk / Getty / Outside USA.

Por que é a melhor: Ao longo dos anos, Puerto Escondido evoluiu de uma sonolenta vila de pescadores para meca do surf, e agora é também enclave boho-chic de artistas e influenciadores. Se você curte uma vibe descontraída, vai encontrá-la na Playa Carrizalillo. Esta orla marítima em forma de meia-lua fica a apenas 15 minutos a pé do movimentado centro da cidade, mas parece estar a quilômetros de distância. Uma das seis praias do local, é muitas vezes deixada de lado porque os visitantes têm de descer (e tornar a subir) 157 degraus íngremes. Ao fundo, palapas [quiosques] onde se vende peixe recém-pescado, pontuam este pedaço de paraíso. Ao contrário das ondas fortes (reservadas aos experts) da vizinha Playa Zicatela, o pedaço aqui é super suave e perfeito para iniciantes e longboarders. Depois de uma sessão ao amanhecer, reabasteça-se de chilaquiles no Espadín, situado acima da praia – ou visite-o no final do dia para um por-do-sol regado a mezcal. O restaurante é administrado pelos proprietários do Fidencio Spirits.

Como chegar: Do aeroporto de Puerto Escondido, uma viagem de dez minutos para leste leva-o à praia.

Onde se hospedar: Hotel Escondido, a 45 minutos da cidade, na tranquila Villa de Tututepec de Melchor Ocampo (a partir de US$ 424). O ambiente discreto, os excelentes tacos e tostadas, e uma piscina de 48 metros com vista para o mar fazem a viagem valer a pena.

O que levar: A época das ondas gigantes acontece de abril a outubro. Traga sua nine-footer.

Makena Beach State Park, Maui

Little Beach, no Makena Beach State Park, é considerada um dos pontos mais descontraídos de Maui. Foto: Travis Morrin Photography / Outside USA.

Por que é o melhor: A costa norte de Maui, varrida pelo vento, é a minha casa durante parte do ano e, quando preciso de umas férias, vou para sul para passar um dia no Makena Beach State Park. Um contraste forte e refrescante em relação às margens bem cuidadas e repletas de resorts da vizinha Wailea, Makena permanece pouco urbanizada. Com quase 1100 metros de comprimento e 30 metros de largura, é conhecida localmente como Big Beach. Mesmo quando os estacionamentos estão cheios (os não residentes pagam uma taxa de 10 dólares por veículo), ainda é possível encontrar areia vazia, especialmente se estiver disposto a caminhar. Puu Olai, um cone cinzento, separa Big Beach de Little Beach, um paraíso para nudistas. Para aproveitar as vistas espetaculares das ilhotas Molokini e Kahoolawe, é preciso encarar uma subida íngreme (mas curta) pela única trilha da praia até ao topo. A Big Beach é patrulhada por salva-vidas, mas atenção: a rebentação da costa é violenta, razão pela qual você só deve praticar bodysurf ou boogie-boarding, se tiver experiência.

Como chegar: A partir de Wailea, o Makena State Park fica a dez minutos de carro em direção ao sul na Makena Alanui Road. Há dois estacionamentos logo após as entradas da praia. Se você vier em um fim de semana, chegue cedo.

Onde se hospedar: Embora Wailea seja essencialmente uma faixa de resorts caros à beira-mar, o Hale Kukuna, um novo centro cultural no Fairmont Kea Lani, ajuda a justificar o preço elevado (a partir de US$ 1.109). O Maui Coast Hotel, na vizinha Kihei, é uma alternativa mais acessível (a partir de US$ 247).

O que levar: Não há muita sombra, por isso leve um guarda-sol. Também vale levar o seu almoço, mas também é possível pedir tacos no foodtruck Jawz, perto do primeiro estacionamento.

Diamond Beach, Islândia

Gelo cristalino e areia negra fazem de Diamond Beach uma das praias mais impressionantes da Islândia. Foto: Ivan Haidutski / Stocksy / Outside USA.

Porque está no topo: Se a Antártida e a ilha do Havaí tivessem um filho, este seria parecido com Breidamerkursandur. Praticamente impossível de pronunciar corretamente para os não islandeses, esta espetacular colisão de paisagens vulcânicas e glaciares foi gentilmente apelidada de Diamond Beach pelos habitantes locais. As suas areias obsidianas estão repletas de pedaços reluzentes de gelo que brilham como pedras preciosas – uma visão ainda mais mágica à luz suave do amanhecer e do anoitecer. Para a derradeira oportunidade fotográfica, visite entre setembro e maio e capte os raios verdes e violetas da aurora boreal, que se refletem nos icebergs da costa.

Como chegar: A partir de Reykjavík, dirija cinco horas para leste na Route 1, também conhecida como Ring Road.

Onde se hospedar: Dada a distância da capital e todos os pontos que valem a pena parar pelo caminho, sugiro passar a noite no Fosshotel Glacial Lagoon (166 dólares), situado na Route 1 entre o Parque Nacional Skaftafell (famoso pela sua cascata) e a Lagoa Glaciar Jökulsárlón.

O que levar: Roupa quente e impermeável ou resistente à água.

Sandwood Bay, Escócia

Sandwood Bay é tudo o que você esperaria de uma praia escocesa: selvagem, ventosa e maravilhosamente revigorante durante boa parte do ano. Foto: Jack Anstey / Outside USA.

Por que é a melhor: Uma das praias mais remotas e intocadas de todo o Reino Unido, Sandwood Bay é um lugar de contemplação. A apenas oito quilômetros de Cape Wrath – a ponta mais a noroeste do continente – e acessada através de um caminho bastante plano, mas pantanoso, de onze quilômetros através dos pântanos das Terras Altas, Sandwood atrai um tipo de viajante resistente. As condições são frequentemente ventosas e frias e, mesmo em agosto, que é o mês mais quente, as temperaturas máximas giram em torno dos quinze graus. A praia estende-se ao longo de 2,4 quilômetros e é ladeada por falésias e dunas; a sua extremidade sul é guardada pelo imponente rochedo marítimo de Am Buachaille, que atrai escaladores experientes. A primavera é a época em que eu visitaria, quando o Mar do Norte ainda está selvagem – uma visão dramática antes de ser amansada no verão. Um mergulho rápido pode ser tentador após a caminhada de duas horas, mas as correntes são fortes, a água é fria e não é aconselhável nadar.

Como chegar: São 150 quilômetros de carro de Inverness até Kinlochbervie, uma aldeia rodeada de lagos com poucos serviços. Dirija para oeste, passando pela cidade, por mais cinco quilômetros e pare no estacionamento logo antes do fim da estrada; a trilha de Sandwood Bay é mantida pelo John Muir Trust (faça uma doação antes de partir).

Onde se hospedar: A cidade de Durness, a 29 quilômetros de Kinlochbervie, tem várias opções, incluindo o Mackay’s B&B, com mobiliário de tweed, cafés da manhã orgânicos caseiros e uma sala de estar onde se pode beber algo forte para fugir do frio (a partir de $220).

O que levar: Repelente para combater os mosquitos, calçados de caminhada ou de trilha, e lanche de trilha.

Sotavento, Ilhas Canárias

Em Sotavento, os esportes aquáticos à vela são a principal maneira de aproveitar o tempo. Foto: Pavel Mora / Getty / Outside USA.

Por que é a melhor: Sotavento é o nome dado a 24 quilômetros de cinco praias épicas de areia branca, que vão desde Playa Barca, no norte, até Morro Jable, no sul, na ilha de Fuerteventura. Todas fazem parte do Parque Nacional de Jandía. O nome da sua cidade de entrada, Costa Calma, é um pouco impróprio, uma vez que esta linha costeira é famosa por seus ventos. Todos os verões são realizados eventos do campeonato mundial de windsurf, kitesurf e wingfoiling e, durante todo o ano, as velas de neon elevam-se sobre as ondas. Na maré alta, a praia transforma-se num labirinto de bancos de areia e lagoas pouco profundas, ideais para nadar e dominar os princípios básicos dos desportos de vento. A roupa na praia é opcional, mas os nudistas devem estar atentos: a areia soprada pelo vento chicoteia o corpo por todos os lados

Onde se hospedar: O Meliá Fuerteventura, o melhor resort da região, está passando por uma reforma, mas sua renomada escola de esportes de vento, dirigida pelo barqueiro local René Egli, ainda está aberta para aulas. A propriedade irmã (apenas para adultos) Innside by Meliá Fuerteventura, é uma ótima alternativa (a partir de US$ 244).

Como chegar: Do aeroporto de Fuerteventura, é uma hora de carro ao sul pela FV-2 até Sotavento.

O que levar: Abasteça-se de água na Costa Calma e compre alguns deliciosos doces de amêndoa El Almendro, um verdadeiro deleite.

Carova Beach, Outer Banks, Carolina do Norte

Esses habitantes locais da praia de Carova aproveitam a água tanto quanto os humanos e, às vezes, podem ser vistos brincando nas ondas. Foto: Hayden Pennington / Outside USA.

Por que é a melhor: Durante o verão, os turistas chegam às Outer Banks, uma cadeia de ilhas-barreira que abriga Cape Hatteras, o primeiro litoral nacional do país, e Kitty Hawk, onde os irmãos Wright fizeram seu histórico primeiro voo. Se quiser fugir das massas, aventure-se em Carova, que tem cerca de 17 quilômetros de comprimento e 3 quilômetros de largura. Alguns viajantes vêm para ficar reclusos, outros para explorar os 18.500 metros quadrados do Refúgio Nacional de Vida Selvagem de Currituck, com um olho nas tartarugas cabeçudas, ameaçadas de extinção, mais de 300 espécies de pássaros e uma manada famosa de mustangs coloniais selvagens, com 112 cabeças. Mas atenção: só se deve ir até Carova com um veículo 4×4; ninguém quer ficar preso na areia ou nas marés montantes (ou em ambas). Se preferir colocar outra pessoa ao volante, empresas como a Corolla Outback Adventures e a Hummer Adventure Tours oferecem passeios guiados em veículos de safári ao ar livre.

Como chegar: Quando a Highway 12 termina, você começa a dirigir na praia. Esvazie os pneus para 20 psi para uma melhor tração.

Onde se hospedar: Não é permitido acampar em Carova, mas há muitas casas de temporada, algumas das quais podem ser reservadas a preços irrisórios após o Dia do Trabalhador (a partir de $120).

O que levar: Um tanque cheio de gasolina – o Corolla tem um posto de gasolina – um medidor de pressão de pneus e uma corda de reboque para o caso de ficar atolado. Está planejando estacionar na praia entre abril e outubro para passar o dia? Compre uma autorização com antecedência (US$ 50; visitcurrituck.com).

*Matéria originalmente publicada na Go Outside 183*