País, que interveio pouco na pandemia e não decretou lockdowns, também aboliu testes em massa para rastrear contágio. Governo aponta alta taxa de vacinação e casos leves causados pela ômicron para justificar decisão. Depois da Dinamarca, a Suécia também eliminou praticamente todas as restrições em vigor no país para conter a disseminação do coronavírus Sars-Cov-2.
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A partir desta quarta-feira (09/02), bares e restaurantes não precisarão funcionar com horários restritos nem impor regras de distanciamento. O país também aboliu limites de pessoas em encontros e eventos. No transporte público, o uso de máscara não será mais obrigatório.
Para turistas europeus e viajantes suecos residentes fora do país não será mais necessário apresentar um teste negativo para a covid-19, nem comprovação de vacinação ou de recuperação da doença causada pelo coronavírus para entrar na Suécia.
O levantamento das restrições anticovid já foi comemorado em discotecas em várias partes do país na madrugada desta quarta. Havia filas diante de alguns clubes por volta da meia-noite, segundo mostraram imagens da mídia sueca.
Fim dos testes em larga escala
A Suécia também pôs fim aos testes em larga escala para detecção da covid-19. A suspensão vale até mesmo para pessoas com sintomas de uma infecção, com o fechamento de centros móveis de testes, drive-ins e testes entregues em domicílio. Esse tipo de testagem se tornou onipresente durante a pandemia e forneceu dados essenciais para rastrear a disseminação do vírus.
Embora a medida coloque o país escandinavo numa posição oposta à de muitos países europeus, alguns especialistas avaliam que essa pode ser uma tendência futura, uma vez que a testagem custosa vem sendo vista como uma ferramenta que traz poucos benefícios com a variante ômicron, altamente contagiosa mas mais branda do que outras cepas do coronavírus. Governos de vários países também já estão considerando tratar a covid-19 como uma doença endêmica.
“Chegamos ao ponto no qual o custo e a relevância da testagem não se justificam mais”, explicou a diretora da Agência de Saúde Pública da Suécia (Folkhälsomyndigheten), Karin Tegmark Wisell, em entrevista à emissora pública SVT.
Em outros países europeus, a testagem continua largamente difundida, mesmo para pessoas sem sintomas. Alunos e professores na Grécia, por exemplo, são obrigados a realizar dois testes por semana – assim como na Alemanha. Muitos países também exigem um chamado passaporte de covid ou um teste negativo para entrar em restaurantes, cinemas e outros locais de eventos a portas fechadas.
A partir desta quarta, apenas funcionários do setor da saúde e empregados de lares de idosos, além da população mais vulnerável, deverá ter direito a um teste gratuito de PCR na Suécia se tiverem sintomas de covid. O restante da população deverá ficar em casa se apresentar sintomas que poderiam ser da doença.
Testes de antígeno são vendidos em supermercados e farmácias na Suécia, mas os resultados deles não são transmitidos às autoridades de saúde.
Operadoras privadas de saúde também podem realizar testes e oferecem certificados para viagens internacionais, mas os custos não são reembolsados pelo governo ou pelos planos de saúde.
Como a Suécia quer impedir o contágio pelo vírus?
O governo sueco e a Agência de Saúde Pública haviam anunciado o fim das medidas contra o contágio pelo coronavírus na semana passada. Segundo as autoridades, a pandemia está entrando numa nova fase, com a maior parte da população vacinada e quadros leves em pessoas infectadas com a variante ômicron do vírus.
Segundo dados da Agência de Saúde Pública, até esta quarta-feira 83,9 % da população sueca com mais de 12 anos de idade tinham o esquema vacinal completo, e 53,7 % dos maiores de 18 anos já haviam tomado a terceira dose. A Universidade Johns Hopkins, por sua vez, aponta que 73,25% da população da Suécia como um todo estão totalmente vacinados.
Porém, algumas medidas de contenção serão mantidas para não vacinados. Segundo as autoridades de saúde do país, a mais importante é a recomendação de que todas as pessoas com idades acima de 12 anos se vacinem.
Além disso, é preciso manter medidas de redução de risco de contágio no setor da saúde e de cuidados de idosos, além de lares destinados a pessoas da terceira idade, com o objetivo de proteger a população mais vulnerável.
Durante grande parte da pandemia, a Suécia se destacou entre países europeus pela abordagem de pouca intervenção. O país não decretou lockdown nem fechou o comércio, confiando amplamente na responsabilidade individual para controlar as infecções. A taxa de mortalidade por covid-19 acabou sendo mais alta do que nos vizinhos nórdicos.
rk/lf (DPA, AP)