Após 3 mil anos, demônios da Tasmânia retornam ao continente australiano

Os demônios da Tasmânia são os maiores marsupiais carnívoros do mundo. Cerca de 3 mil anos atrás era possível encontrar a espécie no continente australiano. Entretanto, estes animais começaram a desaparecer após a chegada dos dingos, uma espécie de lobo encontrado no país, e ficaram restritos à ilha da Tasmânia.

Além disso, seus números sofreram outro golpe de uma forma contagiosa de câncer conhecida como Doença do Tumor Facial do Diabo (DFTD), que matou cerca de 90% da população desde que foi descoberta em 1996.

Mas nos últimos 10 anos, a história dos demônios da Tasmânia está mudando. A ONG australiana Aussie Ark trabalha para reintroduzir a espécie na natureza em um santuário de vida selvagem de 400 hectares ao norte de Sydney, New South Wales.

Recentemente, 26 demônios da Tasmânia foram reintroduzidos na Austrália continental. Existem agora apenas 25.000 demônios selvagens restantes na Tasmânia.

“Em 100 anos, vamos olhar para este dia como o dia que deu início à restauração ecológica de um país inteiro”, disse Tim Faulkner, presidente da Aussie Ark, em um comunicado.

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“Esta não é apenas a reintrodução de um dos amados animais da Austrália, mas de um animal que irá projetar todo o ambiente ao seu redor, restaurando e reequilibrando nossa ecologia florestal após séculos de devastação por raposas e gatos introduzidos e outros predadores invasores.”

Os demônios da Tasmânia são predadores nativos. Isso significa que sua reintrodução ajudará a controlar as populações de gatos selvagens e raposas que caçam outras espécies ameaçadas de extinção. Os demônios também são necrófagos, o que ajuda a manter seu ambiente livre de doenças.

Os demônios vêm do programa de criação de Aussie Ark, que cresceu de 44 indivíduos em 2011 para mais de 200 hoje. A equipe cria os demônios usando métodos que estimulam comportamentos naturais, para que tenham uma chance melhor de sobrevivência quando soltos na natureza.

“Sem o incrível trabalho e perseverança do Aussie Ark ao longo de todos esses anos, a recente reintrodução do diabo não teria sido possível e, em vez de esperar pela recuperação da espécie, estaríamos assistindo o diabo entrar em extinção”, disse Don Church, presidente da instituição de caridade Global Wildlife Conservation.

“Este é um exemplo incrível de como redesenhar nosso planeta, trazendo de volta os sistemas naturais para o benefício de toda a vida na Terra.”

A Aussie Ark está planejando duas outras reintroduções envolvendo 20 demônios cada. Também irá reintroduzir outras espécies fundamentais no santuário de vida selvagem como parte de um plano para reconstituir o meio ambiente.

A equipe rastreará os animais usando coleiras de rádio, armadilhas fotográficas e pesquisas regulares para descobrir como estão se saindo.