Em meio ao cenário apocalíptico de seca extrema e queimadas no país, dados do programa de observação da Terra da União Europeia indicam que a região Sudoeste da Amazônia foi a que mais emitiu gases de efeito estufa no Planeta nos últimos cinco dias. As informações são do jornal O Globo.
A conclusão é baseada no volume de aerossóis e de monóxido de carbono captado nessa área de emissão. Segundo Lucas Ferrante, doutor em biologia e pesquisador da USP e da Universidade Federal do Amazonas, esses gases são associados aos que causam o efeito estufa na atmosfera, como o dióxido de carbono, que também é liberado nos incêndios.
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“A região se tornou a maior emissora de gases de efeito estufa devido ao avanço do desmatamento e às queimadas”, alerta Ferrante, que pesquisa os efeitos da ação humana sobre a Amazônia há mais de uma década.
Os efeitos dessa emissão, se continuarem por um longo período, poderão tet impacto por todo o Planeta, de acordo com outro estudo sobre a gravidade da situação ambiental da Amazônia.
O relatório apontou que parte da floresta já virou fonte de emissão de carbono, principal gás do efeito estufa. O processo, segundo a pesquisadora Luciana Gatti, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), é estimulado pelo desmatamento e pelas queimadas.
A pesquisadora ressalta que uma das funções da Amazônia é servir como uma proteção natural contra as mudanças climáticas. No entanto, a degradação desse bioma, estimulada pela ação humana, resulta no que ela classifica como extermínio da vida silvestre e em um acelerador de efeitos climáticos intensos, que impactam não só o Brasil, mas todo o Planeta.
Apesar do cenário preocupante, a cientista acredita na mudança. Mas, para isso, aponta Luciana Gatti, teremos que devolver para a natureza uma parte do que foi tirado dela e levar uma vida mais sustentável.
O estudo foi apresentado durante um evento que está sendo realizado nesta semana em Campinas, no interior de São Paulo, e que discute as alterações climáticas, como a ocorrência de chuvas intensas, enchentes e secas prolongadas.
Com o tema “Ciência do Clima e a Comunicação Social da Emergência Climática”, o seminário reúne especialistas e pesquisadores que compartilham estudos e debatem os impactos das mudanças climáticas no país e no mundo.