Veneza decidiu reduzir o número de pessoas que vai transportar nas famosas gôndolas. A cidade alega que atualmente chegam turistas mais gordos, e o excesso de peso em risco a estabilidade dos históricos barcos de madeira, informou a associação local de gondoleiros à AFP.
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Com isso, as gôndolas que antes podiam levar até 6 pessoas agora levarão no máximo 5. “Nos últimos 10 anos, os turistas estão mais pesados. E em vez de fazê-los subir em uma balança antes de entrarem na gôndola, estamos limitando o número de pessoas”, disse Andrea Balbi, presidente da associação de gondoleiros de Veneza à CNN.
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Outro problema tem a ver com águas mais mexidas também. “Para além do problema do peso médio por turista, é preciso lembrar que as águas dos canais estão cada vez mais agitadas devido ao aumento do tráfego de barcos a motor”, explicou à AFP Roberto Luppi, ex-presidente da Associação de Gondoleiros de Veneza.
A mudança também se aplica aos às gôndolas grandes, que funcionam como táxis aquáticos no Grand Canal. Nestas embarcações, o número máximo de passageiros foi reduzido de 14 a 12.
“Turistas mais gordos”: gordofobia?
Ainda que não exponha as pessoas ao constrangimento de subir em público em uma balança, a decisão é polêmica porque pode ser taxada de gordofóbica. Raoul Roveratto, presidente da associação de gondoleiros substitutos (profissionais menos experientes), deu uma declaração ao jornal La Reppublica ainda mais ácida. “Os visitantes de certos países são como bombas caindo no barco. Quando a lotação está máxima, a gôndola afunda e entra água. Remar com meia tonelada de carne a bordo é perigoso”, disse.
Veneza tem 433 gondoleiros oficiais e 180 substitutos, mas reduziu o número de gôndolas em serviço por causa da pandemia e da redução drástica de turistas. Com a reabertura pós-pandemia, a cidade está investindo em medidas de segurança para reativar o turismo.