No último dia 14 de outubro, o surfista Italo Ferreira foi envolto pela luz de um raro eclipse solar anular em seu estado natal, o Rio Grande do Norte.
Medalhista olímpico e campeão mundial, ele protagonizou o clique idealizado pelo fotógrafo outdoor Marcelo Maragni, que conseguiu captar perfeitamente o efeito do ‘anel de fogo’.
Maragni dedicou meses no planejamento e uso de equipamentos especializados para imortalizar esse momento.
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A execução bem-sucedida do projeto exigiu uma combinação de experiência, posicionamento preciso e agilidade para capturar a foto em questão de segundos.
Ferreira teve que se alinhar com cuidado meticuloso, garantindo que a lua estivesse posicionada com precisão milimétrica entre a Terra e o Sol.
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Enquanto isso, Marcelo Maragni, que estava a aproximadamente um quilômetro de distância, usou de forma engenhosa, além de sua câmera, também uma variedade de ferramentas – de rádios para comunicação a dois celulares, óculos de proteção e espelhos.
Essas medidas protegeram seus olhos da luz solar intensa e garantiram a remoção de quaisquer efeitos de sombra sobre o atleta na imagem.
As imagens sem precedentes foram capturadas após apenas uma tentativa e dentro de uma breve janela de cinco segundos.
Antes disso, Maragni conduziu inúmeras simulações e estudos ao longo de quatro meses, visitando mais de 20 picos e montanhas para identificar o local ideal. Ele fez vários cálculos para encontrar o ângulo preciso de posicionamento do surfista e até usou dois celulares para simular um teodolito para medições precisas.
O fotógrafo descreveu este projeto como um dos trabalhos mais desafiadores e complexos em sua carreira de quase 25 anos.
“Esta foi uma das fotos mais complexas que já tirei. Envolveu várias tentativas de encontrar um local com a angulação correta, um ângulo em relação ao Norte, e uma inclinação específica em relação à altura. Também usei um filtro de densidade neutra na lente para reduzir a luz que entraria na câmera”, explicou Maragni.
O eclipse anular no Brasil começou por volta das 15h, horário local, em 14 de outubro e terminou com o pôr do sol, por volta das 18h. O cativante ‘anel de fogo’ se formou por volta das 16h40, durando apenas um curto período, tornando a fotografia tão rara quanto o fenômeno natural em si.
Embora o eclipse anular tenha sido visível em vários estados brasileiros, incluindo Amazonas, Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba e Pernambuco, o estado costeiro do Rio Grande do Norte, onde Italo Ferreira cresceu, teve o privilégio de testemunhar o eclipse em todo o seu esplendor.