“Mesmo os atletas mais treinados da atualidade seriam uns ‘pálidos’ se colocados lado a lado com esse grupo”, diz o Dr. Colin Shaw , da Universidade de Cambridge, que lidera um grupo de pesquisa sobre a evolução e a adaptabilidade fenotípica do homem.
Se o ser humano evoluiu em termos de inteligência, a defasagem física é sem precedentes. Quando povos europeus fizeram a transição dos “costumes de caçadores e coletores” para uma sociedade agrícola, há cerca de 6.000 anos, a mobilidade global diminuiu e, assim, braços e pernas foram praticamente atrofiados. Um dado interessante é que as mulheres foram as que mais sofreram com essa mudança.
“Um preço pago pelas facilidades de hoje é que perdemos várias habilidades, fazemos muito menos coisas que os nossos ancestrais”, diz Robb Wolf, autor do livro O declínio significativo da atividade física impactou nossa resistência óssea e levou ao surgimento de problemas como a osteoporose, além da diminuição da aptidão e, consequentemente, a formação de uma sociedade de pessoas acima do peso. “Chega a ser irônico termos uma superabundância de nutrição para treinarmos cada vez com mais qualidade”, diz Colin Shaw, “porque já não estamos desafiando nossos corpos como costumávamos fazer."
(FOTO: Eric S Knape)
Outros estudiosos do comportamento humano antigo, como Loren Cordain, ferrenho defensor da “dieta paleolítica”, acreditam que a vida seria mais saudável se procedêssemos como nossos ancestrais, dando preferência às dietas baseadas em carne e fazendo exercício de musculação e alongamento. Isso aumentaria nosso vigor físico e nos aproximaríamos daqueles antigos caçadores, que seriam verdadeiros monstros se fossem colocados ao nosso lado hoje.