As bikes da estrada do ano

No mês de março publicamos a quinta edição do Guia de Bikes da Go Outside, que divulga os principais lançamentos de bicicletas e acessórios de 2014. Dos 76 modelos testados, 23 foram bikes de estrada. Abaixo, confira as magrelas que receberam o prêmio de "Bike do ano", segundo avaliação dos maiores especialistas em ciclismo do Brasil.

Por Erick Azzi Adriana Nascimento

> BIKES DE ESTRADA

Intermediária 1 (R$ 4 mil – R$ 7mil)

Merida Scultura 904 R$ 6.550

A taiwanesa Merida é uma dos maiores construtoras de quadros de bike do mundo, inclusive de outras marcas, e sempre se destacou por fazer produtos com grande desenvolvimento tecnológico a um preço mais acessível. O modelo Scultura 904, fabricado pela marca, não ganhou o prêmio de Bike do Ano nesta categoria à toa. Seu quadro com geometria inspirada nos modelos mais top da Merida garante um rolar macio, preciso e muito rápido. Construído em alumínio com garfo de carbono, traz rota de cabos internas que lhe conferem um visual limpo, além de moderno. “Excelente quadro, rígido e ágil”, vibrou um dos testadores. O grupo de peças que vem com a Scultura 904 realmente a diferencia de suas concorrentes: é a única nesta categoria que conta com componentes Shimano 105 nos câmbios, passadores STI e cubos – uma vantagem em precisão, acionamento dos freios e peso total da bike. “Câmbio eficiente, com marchas versáteis e para todos os gostos”, disse outro testador. As rodas têm aros Merida MR500 com cubos Shimano, firmes e muito duráveis. E para garantir um rodar macio e sem surpresas foram escolhidos pneus Continental Ultra Sport II (700x23c). “Bike leve para esta faixa de preço, confortável e ágil e com preço muito bom”, resumiu um de nossos ciclistas. merida-bikes.com; 9 quilos.

Intermediária 2 (R$ 7 mil – R$ 10 mil)

Orbea Avant M50 R$ 9.990

O modelo Avant, da Orbea, estreia com muito êxito no mercado, levando o prêmio de Bike do Ano na categoria de modelos que custam entre R$ 7.000 e R$ 10.000. Seu foco nas pedaladas mais longas e na performance resulta em uma geometria típica de uma bicicleta de estrada para endurance, no qual o tubo da caixa de direção é mais alto e o espaço entre-eixos, mais longo. “O quadro da Avant mostrou boa agilidade nas curvas”, disse um de nossos testadores. Feito em carbono, traz encaixe para quem quiser futuramente instalar freios a disco e tem compatibilidade com câmbios eletrônicos e com pneus de grande volume 28c, excelentes para quem deseja explorar novos caminhos. As rotas dos cabos são internas, o que lhe dá um visual mais contemporâneo. O grupo de câmbios e passadores é Shimano 105 com Tiagra de dez velocidades e relação compact no pedivela FSA Omega e cassete Shimano Tiagra 12-28 dentes. Vem com rodas Mavic Aksium e pneus Mavic Aksion 700x23c. A Avant é rápida, precisa e muito confortável – e, por tudo isso, conseguiu arrancar suspiros de nossos testadores. “A melhor bike entre as testadas desta categoria. Tem um quadro rígido com resposta rápida, e a troca de marchas é veloz e precisa”, vibrou um deles.

orbea.com; dnimports.com.br; 7,9 quilos.

Intermediária 3 (R$ 10 mil – R$ 15 mil)

Trek Madone 4.7 R$ 14.500

A Madone é uma das bikes mais respeitadas pelos ciclistas de estrada, pois ostenta no currículo alguns títulos importantes e muitas, muitas vitórias ao longo de sua história. O modelo 4.7 vem com um quadro em carbono da série 400, que conta com a mesma tecnologia dos modelos mais top da marca. Com cabos internos, tubos que trazem características aerodinâmicas e caixa do movimento central BB90, esse quadro foi feito para oferecer rigidez, precisão nas curvas e um visual bem bonito. Para equipar o modelo, a Trek optou por um equipamento de ponta: câmbios traseiro, dianteiro e freios Shimano modelo Ultegra, com relação de marchas compact 50/34D para as coroas e pinhões 11-28D e 11 velocidades – isso mesmo, ela já vem com essa nova relação de marchas. Os acessórios, como selins, guidão, mesa e canote são da linha Bontrager. E uma ótima surpresa são as rodas Bontrager Race, que utilizam a tecnologia tubeless, na qual você pode optar por utilizar pneus com ou sem câmara de ar. “Uma bike confortável e rápida”, elogiou um testador. “Bonita, mas com preço um tanto salgado”, ressaltou outro. trekbikes.com.br; 8,4 quilos.

Top (R$ 15 mil – R$ 26 mil)


Orbea Orca M22 R$ 25.000

Para conquistar o prêmio de Bike do Ano na categoria de modelos top, a Orca M22 provou a nossos testadores que não tem nenhum ponto que deixa a desejar. Esta máquina foi impecável em tudo durante nossa bateria de testes. Seu novo quadro em fibra de carbono e construção monocoque tem design que maximiza a rigidez e a aerodinâmica. Como toda bike com tubos com perfil aerodinâmico, o conforto não é aquela maravilha para pedaladas longas, porém quem procura por um modelo desse nível certamente busca performance acima de tudo. Para minimizar as vibrações do asfalto rugoso em contato com os pneus, a Orbea utiliza a tecnologia Attraction, na qual a rabeira superior (seatstay) tem um formato que ajuda a manter a tração do pneu o tempo todo. “O quadro é ágil, rígido e preciso”, elogiou um de nossos especialistas. O grupo de peças é o Sram Red 22 2014, leve e macio. “Câmbio manual, mas de qualidade ímpar”, frisou outro ciclista. Os demais acessórios são FSA K-Force Light, e as rodas ficaram a cargo da Mavic, com seu modelo Ksyrium SLR, revestidos por pneus Mavic Yksion Pro (700×23). “Uma bike agressiva, linda, que me surpreendeu positivamente. E o preço é bom por tudo o que oferece”, resumiu um dos experts. orbea.com; dnimports.com.br; 6,4 quilos.


Sonho (acima de R$ 26 mil)

Colnago C59 Itália R$ 47.000

Eis aqui a bike mais impressionante que nossos testadores tiveram o prazer de experimentar nessa categoria “sonho”. Trata-se de uma obra-prima, que brilha em cada pequeno detalhe. A C59 flutua sobre o asfalto, ao mesmo tempo em que proporciona enorme segurança. Com ela, a aceleração ocorre como se parecesse fácil pedalar e fazer a velocidade crescer. “Uma bike totalmente ajustável ao ciclista e que consegue se adequar a qualquer terreno”, celebrou um de nossos ciclistas. Para a Colnago, há um limite de peso entre segurança e leveza, e esse limite é de 1 quilo para o quadro. O modelo dá opções de ser um quadro dedicado ao uso de câmbios eletrônicos (Campagnolo EPS ou Shimano Di2) ou câmbios acionados por cabo. A bike que testamos estava com o eletrônico Super Record 11 EPS da Campagnolo e deixou a todos de queixo caído por sua precisão, beleza e sensibilidade na hora da troca de marchas. As rodas são Colnago Artemis, de carbono. Uma feliz surpresa é que esse modelo já vem equipado com pedais Look Kéo Blade Carbon, levíssimos e muito utilizados por ciclistas profissionais devido a seu baixo peso e ótimo funcionamento. “A geometria do quadro é mais tradicional, não é muito agressiva, mas mesmo assim a C59 Itália é excelente”, resumiu um testador. fastrunner.com.br; 7,2 quilos.

Feminina (R$ 4 mil – R$ 7 mil)

Trek Lexa S R$ 4.700

Nossas testadoras foram unânimes ao considerar a Lexa S confortável e, ao mesmo tempo, com boa resposta às acelerações. Recém-lançado no Brasil, trata-se de um modelo intermediário, ou seja, dentro de uma faixa de preço mais ideal para quem pedala nas estradas por prazer, sem pretensões de peformance. É composta por um grupo simples, o Shimano Sora, nos freios e nos câmbios traseiros e dianteiros. Tem transmissão de nove velocidades (cassete 11-28) e pedivela compacto, o que ajuda nas subidas. O quadro, apesar de ser de alumínio, foi avaliado como “leve” por nossa equipe de ciclistas mulheres – e ainda vem com pontos de fixação para quem quiser instalar bagageiro (para cicloviagens) e para-lamas (para uso urbano, pois protege a roupa de respingos e sujeiras). Possui garfo de carbono, pneus Bontrager TI (700 x 23c) e selim Bontrager Affinity 1 feito para as moças (mais largo, com 155 mm). “Não é uma bike para sprints, porém apresentou boas respostas nas curvas”, frisou uma das testadoras. A novidade da marca norte-americana Trek foi bem projetada e pensada para as meninas que buscam evolução sem abrir mão do conforto. trekbikes.com.br; 9,25 quilos.

(Trecho publicado originalmente na Go Outside de março de 2014)