Ciclista brasileiro compete com roupa rasgada em Londres

O ciclista brasileiro Magno Prado competiu na categoria contrarrelógio com seu uniforme vergonhosamente preso por alfinetes. Com o zíper quebrado e sem roupa reserva, Prado teve que fechar seu bretele de maneira improvisada, típico de um país sem qualquer respeito pelo esporte e sem um mínimo de dignidade. Prado foi o 26º colocado, com o tempo de 55:50’77", cinco minutos a mais que o britânico Bradley Wiggins, que terminou a prova em primeiro, com 50:39’53 e ficou com o ouro olímpico.

Essa foto acima, que percorre o mundo, é uma vergonha para o país. É uma vergonha para o atleta. É uma vergonha para a cambada de inúteis que aproveitam uma boquinha no Comitê Olímpico Brasileiro para viajar e se locupletar com o esporte nacional. Certamente a utilização de um único uniforme, sem outro reserva, não foi por causa da falta de verba. Mas sim pela péssima utilização dela, ou melhor, na utilização desses recursos para fins pouco louváveis. Esse pensamento pequeno, vil, obsceno desses dirigentes e agregados – que permeia toda a classe política e empresarial brasileira – de usar o investimento público para fins particulares é que faz do Brasil aquilo que ele é: um país medíocre, que não consegue superar as mazelas da corrupção.

Vergonha, Brasil. Vergonha.

O ciclista e jornalista Irineu Masiero é responsável pelo blog de ciclismo Corta Vento.