Na semana passada, o escalador brasileiro Felipe Camargo escreveu em seu blog sobre os dias produtivos que viveu em São Bento do Sapucaí (SP), município conhecido pelo excelente potencial para escalada.
“Tenho vários projetos de boulder abertos por ali que queria finalmente ‘mandar’ no frio, em boas condições”, disse. “Um deles era o ‘Tetinho da cocheira’, que em 2010 eu e meu amigo [o escalador norte-americano] Jon Cardwell tentamos por dois dias e achamos bem difícil.”
Segundo Felipe, esse boulder (escalada em rochedos pequenos, sem a utilização de equipamentos de segurança) se resume a um movimento bem difícil de teto, que começa com a mão esquerda “em pinça”, a direita em um reglete (agarra muito pequena) e o calcanhar esquerdo bem alto, perto da mão – em breve ele vai disponibilizar o vídeo. Depois de zilhões de tentativas, nas quais tinha que controlar o pêndulo do corpo e se suportar na ponta dos dedos, Felipe mudou o foco e fez a primeira ascensão de outro boulder, que batizou de “Sal Bento” (v10).
Mais motivado, então voltou ao “Tetinho da cocheira”. Quando já estava quase desistindo novamente, decidiu fazer uma tentativa, dessa vez “a 200%”.
“Acertei o chute do pé esquerdo quase caindo, mas consegui cruzar para a borda e mandei!”, lembra. “Não dava para acreditar.”
ESCALADA ESPORTIVA: Felipe durante "expediente" na Serra do Cipó (MG), neste ano
(FOTOS: felipecamargo.com)
SEQUÊNCIA: Saída e passagem pelo crux do boulder Segundo Sol
O boulder ganhou o nome de “Segundo Sol”. Felipe disse que, minutos antes da tentativa de sucesso, aconteceu uma coisa louca no céu, um reflexo que parecia um “segundo sol”. Ele ficou na dúvida quanto ao nível de dificuldade, entre o projeto ser um v13 ou um v14. Acabou optando pelo menor grau por se tratar de um boulder curto. Agora resta um segundo escalador repetir o projeto para uma segunda opinião.