Sempre fui fascinado pelas imagens capturadas pelos fotógrafos da revista Go Outside. Quando era universitário, sempre pensava: “Um dia chegará minha vez”! Clichê ou não, deu certo. Hoje começa uma coluna quinzenal para falar do assunto que mais gosto: fotografia. Dez anos depois de sair dos estúdios da Universidade Univali, em Santa Catarina, graças ao professor e incentivador Eduardo Gomes, aqui estou, compartilhando meu trabalho com você.
Escolhi como tema do meu primeiro texto a expedição que fiz recentemente a Paraty, no Rio de Janeiro. O objetivo era buscar ângulos pouco conhecidos dessa cidade visitada por milhares de turistas todos os anos.
Antes de qualquer viagem, sempre pesquiso sobre a história do lugar, seus principais pontos turísticos e, principalmente, os trabalhos fotográficos feitos por lá. Não se trata de copiar e, sim, de ver a maneira como outros fotógrafos retrataram a cidade, paisagem ou região, para que a partir daí apareçam minhas próprias ideias.
Logo nos primeiros dias em Paraty, fiz uma trilha na Enseada da Boa Vista, chegando à altura de 900 metros. O local é totalmente preservado, e seu acesso é restrito (obtive autorização do proprietário para entrar na fazenda), o que me deixou mais feliz, pois é um dos poucos lugares que não foram muito fotografados.
Lá em cima, uma pedra enorme, que parecia um varanda natural de frente para a cidade, me mostrou um dos ângulos mais lindos da região. Assim pude compreender por que Paraty é um patrimônio histórico.
Ali estava a foto que tanto buscava, porém faltava algo a mais…
Para conseguir este "algo a mais", acordei às quatro da manhã do dia seguinte e subi novamente pela trilha para esperar o sol nascer. Como meu grande mestre, Izan Petterle, sempre diz, um fotógrafo tem que ter sorte. E foi exatamente isso que aconteceu. Depois de uma noite estrelada, surgiu um nascer do sol perfeito!
O grande fotógrafo Willian Albert Allard já dizia: “Você tem que se esforçar mais. Você tem que começar a procurar fotos que ninguém mais poderia tirar. Você tem que levar as ferramentas certas e se profundar”. Até a próxima!
Lucas Amorelli é fotógrafo e iniciou sua carreira em 2002, quando cursava publicidade e propaganda. Desde 2006 viaja pela Patagônia argentina e chilena. Em 2008 morou em San Carlos de Bariloche, onde aprimorou seu trabalho com grandes fotógrafos locais. É colaborador da agência Getty Images América Latina.
BEM-VINDO: Lucas Amorelli e sua câmera, em uma de suas expedições
Beleza natural: Imagens durante a subida
Clique certeiro: foto da vista da cidade
Acertando o enquadramento, fiz a foto acima na pedra, exatamente como as anteriores. Este momento perfeito não durou muito e foi minha única oportunidade durante os 26 dias de viagem.
Espero que tenha gostado deste texto. Fique à vontade para mandar sugestões para as próximas colunas.
Para conhecer seu portifólio clique aqui (www.lucasamorelli.com)