Remos ao vento


AZULÃO: Equipe durante travessia Rio de Janeiro-Ilhabela

Por Mariana Mesquita

Quatro amigos unidos pelo espírito aventureiro e o interesse de ir em busca de uma experiência inédita pelo Brasil embarcam em uma travessia marítima do Rio de Janeiro a Ilhabela, em São Paulo. A viagem, de 400 quilômetros, foi feita de stand-up paddle e uma canoa havaiana e virou programa de televisão. Quatro Remos será exibido nesta terça-feira, dia 19, às 19h30, no Canal OFF, da Globosat.

Ao longo da travessia, o personal trainer Rafael, o biólogo Paulo, a estilista Karina e a mãe apaixonada por esportes Aninha testam ao extremo seus limites, superando barreiras físicas e emocionais. O programa, dirigido por Douglas Clayton, terá 13 episódios, estreia nesta terça feira (dia 19 de junho).

Em entrevista à revista Go Outside online, os aventureiros falam sobre suas expectativas e dificuldades de largar a rotina para ir em busca de uma vida de desafios. Clique aqui para assistir ao teaser do primeiro episódio do programa.


DESAFIO: Ao longo da travessia eles testam ao extremo seus limites

GO OUTSIDE Como surgiu a ideia do programa “Quatro remos”?
RAFAEL VELOSO
Eu já tinha essa ideia há muito tempo na minha cabeça, mas muitas vezes colocamos várias prioridades na frente de nossos sonhos. Acabamos nos boicotando várias vezes com o medo do fracasso. Ideias todos têm, o difícil é tirar do papel. Um dia eu estava remando naquele visual lindo da lagoa Rodrigo de Freitas, no coração do Rio de Janeiro, junto com os alunos da minha escolinha (a Sup Classic) e uma amiga (Ana Abreu, que depois veio a ajudar no desenvolvimento do Quatro Remos) me perguntou se eu não tinha alguma ideia para fazer um programa de TV que tivesse a ver com o stand-up paddle. Falei para ela que tinha vontade de ir remando até São Paulo. Ela ficou louca com a ideia e achou que seria impossível. Através de vários planejamentos, mostramos para ela que isso seria possível, sim. Foi aí que tudo começou

Qual a relação dos participantes? E como conciliam o dia a dia com treinamentos?
RAFAEL Resolvi montar uma equipe que tivesse qualidades que tornaria a expedição divertida e segura. Convidei pessoas com personalidades fortes, em que uma complementasse a outra de alguma forma para que todos pudessem crescer nessa aventura. O primeiro que chamei foi o Paulo, um grande amigo de muito tempo. Ele é um cara metódico e organizado, algo fundamental em uma expedição. A Karina já é minha amiga há anos. Sabia que se eu colocasse uma pilha ela iria na hora! Ela não tem medo de sair da rotina. É uma pessoa muito engraçada, e com ela não tem tempo ruim. A Aninha foi o Paulo que me apresentou, eles remam juntos no Urca Canoe Clube e foram colegas na faculdade de Educação Física. Ela se mostrou uma pessoa muito focada e equilibrada. Achei que ela seria importante para controlar a loucura da equipe. Cada um de nós tem algum tipo de envolvimento com o esporte, seja lazer e treinamento, como para a Karina e Aninha, ou trabalho, como para mim e para o Rafael (que, além de biólogo, tem um projeto social chamado SUPrir, que ensina crianças carentes a remar em pranchas de stand up paddle e canoa).

E o que fez você largar a rotina para viajar e fazer um programa de TV?
PAULO CORDEIRO
O desafio de navegar através do oceano, usando a observação, o conhecimento e as técnicas que venho desenvolvendo há muitos anos me motiva tremendamente. Outra coisa que me chamou a atenção foi a forma como fizemos a travessia. Atualmente se deslocar até outro lugar distante sem a ajuda de motores é fantástico. Gosto de me sentir livre e capaz de ir a qualquer lugar por minha própria conta!

Como está sendo a experiência da travessia?
ANINHA KURBAN Uma das coisas que eu mais observei e aprendi foi o relacionamento das pessoas quando dependem da outra. Você tem que respeitar o espaço do outro e tentar vencer os momentos de desunião. Durante a travessia tivemos momentos tensos, pois somos quatro pessoas com personalidades diferentes. Tivemos que tomar decisões importantes, dependíamos das condições do tempo e do mar. Chuva, frio, vento contra, mas gosto muito dessa adrenalina! E sem falar nos outros dias de sol, momentos raros de descanso e muitas gargalhadas.

Quais as maiores dificuldades até o momento? O que você pensa nos momentos difíceis?
KARINA VELA Preocupei-me muito com a parte física porque eu era uma estilista no meio de pessoas acostumadas com a canoagem e com a prática do stand-up paddle. Achei que não ia aguentar o ritmo deles, mas no final o que contou mesmo foi a cabeça. Rolou muita carência, chorei mais que a minha vida inteira.

E o melhor momento?
KARINA Tiveram dois. Quando atravessamos a ponta da Joatinga, gritávamos como se o Brasil tivesse ganhado a Copa! O outro foi no final da travessia, quando me emocionei por ter conseguido chegar até o fim. Foi uma sensação indescritível de superação.